Jilmar Tatto, secretário de Comunicação do PT, durante lançamento na Livraria Drummond | Imagem: Mathilde Missioneiro-15.dez.2023/Folhapress
Trump mostra que PT precisa recompor frente ampla contra Bolsonaro, diz secretário

Trump mostra que PT precisa recompor frente ampla contra Bolsonaro, diz secretário

Responsável pela comunicação do partido, Jilmar Tatto defende aliança com o centrão para preservar a democracia

Guilherme Seto

Secretário de Comunicação do PT, o deputado federal Jilmar Tatto (SP) afirma que a volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos acende "sinal amarelo" de que Jair Bolsonaro (PL) pode ressurgir em 2026. Por isso, diz, o partido precisa reagrupar setores heterogêneos e recriar a "frente ampla em defesa da democracia" que deu a vitória a Lula (PT) em 2022.

O embrião dessa aliança, defende, está na costura dos apoios do PT para as eleições de Hugo Motta (Republicanos) e de Davi Alcolumbre (União) para as presidências da Câmara e do Senado.

"O centrão não vai buscar um candidato para se contrapor ao bolsonarismo, não é o que querem. Temos que trazer o centrão para o nosso lado. Não tem nada de levar o PT para o centro. O PT está no lugar dele. É um partido de esquerda que quer fazer reformas estruturantes e que no momento está nessa grande articulação para evitar retrocessos do ponto de vista da democracia e da sociedade", afirma.

Segundo Tatto, essa articulação com siglas como Republicanos, PP e União Brasil "deixa o país em certa normalidade" que afasta o caos no qual a extrema direita se sente mais confortável e cria "condições políticas para Lula recompor o governo de maneira mais consistente", o que não foi viabilizado pelas eleições de 2024.

"Qual é a tarefa do governo Lula agora? Recompor o governo à luz do que aconteceu na disputa municipal, na eleição do Trump e do que está acontecendo no Congresso. O momento é agora. Temos que começar a olhar os partidos que estarão conosco efetivamente. Partidos de centro", argumenta.

O diferencial do caso brasileiro em relação ao norte-americano, diz Tatto, é a participação de Lula, que é "líder de massas" e tem "credibilidade para fazer essa articulação" com setores variados da sociedade.

"O debate não é identitarismo ou empreendedorismo. Temos que melhorar a vida do povo. O governo precisa de reposicionamento político sem tergiversar, sem dar margem para acharem que o governo está morno, insosso, sem ação, letárgico", diz Tatto.

Segundo ele, o problema da gestão petista não é falta de entrega de obras e programas.

"É um governo que está paralisado de iniciativas políticas, de comunicação, de articulação", avalia. Ele propõe uma "política agressiva de comunicação" para "fazer chegar na população o esforço que o governo está fazendo para melhorar as vidas das pessoas".

Folha de S.Paulo
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