O Uruguai começou a escolher neste domingo, dia 27, seu novo presidente. No primeiro turno da eleição, o ex-professor de história Yamandú Orsi, da Frente Ampla de esquerda, obteve quase 46% dos votos, contra 28,5% do médico-veterinário Álvaro Delgado, do centro-direitista Partido Nacional, do atual presidente Luis Lacalle Pou. O terceiro candidato mais bem cotado nas pesquisas, o advogado Andrés Ojeda, do Partido Colorado, também de centro-direita, conquistou 16% dos votos.
Como se esperava, a liderança das pesquisas, que dava 44% das intenções de voto para a Frente Ampla, acertou as previsões mas não rendeu a vitória a Yamandú Orsi na primeira rodada do pleito - o segundo turno será disputado no dia 24 de novembro. Também houve votação para renovação total do Congresso, formado por 30 senadores e 99 deputados, mais dois plebiscitos envolvendo questões da previdência social e de segurança.
Favorito na disputa, Yamandú Orsi contou com o apoio do ex-presidente José Pepe Mujica que, mesmo adoentado, fez questão de comparecer às urnas para votar no ex-prefeito de Canelones, cidade situada na província de Montevidéu. A candidata à vice da Frente Ampla é a ex-prefeita da capital, a engenheira Carolina Cossi, que formou uma forte chapa com Orsi e levou a esquerda ao favoritismo.
Ao mesmo tempo em que tem muita força na capital e arredores, a Frente Ampla encontrará dificuldades para no segundo turno conquistar novos apoios no interior do país, onde o Partido Nacional e o atual presidente apresentam maior popularidade.
Com a derrota de "blancos" e colorados no primeiro turno, é avaliada agora a formação de uma frente direitista, que também contaria com o apoio de agremiações menos votadas como o Cabildo Aberto e o Partido Independente, que devem apoiar Álvaro Delgado no segundo turno.