No Brasil, uma entidade semelhante à Nihon Hidankyo foi fundada pelo japonês Takashi Morita. Ele criou a Associação Hibakusha Brasil pela Paz, grupo que chegou a reunir 270 sobreviventes dos ataques nucleares.
O Prêmio Nobel da Paz de 2024 foi concedido nesta sexta-feira, dia 11, à organização antinuclear japonesa Nihon Hidankyo, movimento que une os sobreviventes das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, também conhecidos como Hibakusha.
O prêmio foi atribuído à Nihon Hidankyo, segundo o presidente do Comitê norueguês do Nobel, Jorgen Watne Frydnes, pelos seus esforços em favor de "um mundo livre de armas nucleares e por demonstrar por meio de testemunhos que as armas nucleares nunca mais devem ser utilizadas".
O Comitê norueguês do Nobel destacou como as potências nucleares estão "modernizando e reforçando os seus arsenais", enquanto "novos países parecem preparar-se para adquirir armas nucleares e se está ameaçando o uso de armas nucleares nas guerras em curso".
Takashi Morita durante comemoração de seus cem anos, na Etec que leva seu nome, em Santo Amaro - Roberto Sungi - 1º.mar.2024/Assessoria Centro Paula Souza
"Neste momento da história da humanidade, vale a pena recordar a nós mesmos o que são as armas nucleares: as armas mais destrutivas que o mundo já viu", lê-se no comunicado que explica as razões do reconhecimento.
Ao entregar o Prêmio Nobel da Paz deste ano à Nihon Hidankyo, o Comitê norueguês do Nobel disse que "deseja homenagear todos os sobreviventes que, apesar do sofrimento físico e das memórias dolorosas, escolheram usar a sua experiência dispendiosa para cultivar a esperança e o compromisso pela paz".
No Brasil, um sobrevivente das bombas atômicas no Japão fundou uma entidade semelhante à Nihon Hidankyo. Foi em 1984 que Takashi Morita criou a Associação Hibakusha Brasil pela Paz, grupo que chegou a reunir 270 sobreviventes em São Paulo e em outros estados. "Hibakusha" significa, em japonês, vítima da bomba atômica.
Takashi Morita morreu em agosto passado, aos 100 anos. Em 1º de março, um dia antes de atingir o centenário, ele foi homenageado na Etec Santo Amaro, que foi batizada com seu nome.
