Segundo Thiago Barral declarou à imprensa, o ministro Alexandre Silveira vem participando de discussões internas sobre as contribuições oferecidas na consulta pública antes de fechar uma data para a emissão das diretrizes do certame e lançamento do edital
O Ministério de Minas e Energia (MME) deve concluir nas próximas semanas as análises das contribuições da consulta pública do Leilão de Reserva de Capacidade por Potência, inicialmente marcado para o dia 30 de agosto. O tema passou pela consulta, que já foi concluída, e recebeu mais de 800 contribuições, como lembrou o secretário nacional de Transição Energética e Planejamento do Ministério, Thiago Barral, em conversa com o jornal Valor.
Thiago Barral participou nesta segunda-feira, dia 10, da inauguração do Espaço Near Zero Energy Building (NZEP), do Centro de Pesquisas em Energia Elétrica (Cepel), no Rio de Janeiro. Durante o lançamento, ele foi questionado sobre a inclusão dos sistemas de armazenamento de energia mas não antecipou se o leilão incluirá os sistemas BESS, algo que o governo vem considerando. "Quando sair a portaria é que teremos a confirmação", revelou o secretário do MME.
As declarações de Thiago Barral confirmam a informação que IPO News recebeu na última quinta-feira, dia 6, do Ministério de Minas e Energia. O site consultou o Ministério à propósito de notícias veiculadas um dia antes pela imprensa de que o ministro Alexandre Silveira teria recuado de sua posição favorável e que as baterias só estariam no leilão se o sistema fosse "tecnicamente adequado".
O Ministério de Minas e Energia (MME) esclareceu então que, para o Leilão de Reserva de Capacidade de Potência (LRCAP), as contribuições da sociedade recebidas em consulta pública promovida pelo MME sobre as diretrizes do Leilão prosseguiam em fase de análise e a configuração final do leilão, que só será apresentada após a conclusão dessa etapa.
Durante a inauguração desta segunda-feira, Thiago Barral explicou aos jornalistas que a eventual entrada de sistemas de armazenamento foi o tema que mais recebeu contribuições na consulta pública (foram mais de 800, sendo que 15% abordaram o armazenamento, sendo ainda que, desta porcentagem, metade foi para baterias stand-alone ou associadas).
O interesse pelos sistemas BESS se justifica, segundo o secretário, pela queda dos custos de implementação das baterias nos últimos anos, com aumento do uso em todo o mundo. No entender dele, os sistemas de armazenamento seriam um uso complementar ao das termelétricas, para redução do custos da energia para o consumidor final.
Para o leilão de 30 de agosto, existe também a expectativa de que o leilão contemple a combinação entre fontes renováveis e sistemas de armazenamento, uma demanda que é defendida pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), conforme se posicionou em recente entrevista ao IPO News o presidente-executivo da entidade, Rodrigo Sauaia.
