O fantasma de novas inundações volta a assustar a população do Rio Grande do Sul neste final de semana, com alertas de tempestades feitas pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres (Cemaden), do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações, para o interior e região metropolitana de Porto Alegre.
O aviso também alcança Norte e Sul Catarinense, além do Vale do Itajaí e da Grande Florianópolis. Podem ocorrer pancadas de chuva forte, levando a alagamentos e inundações. O Estado ainda guarda na memória as tempestades de 1983, que resultaram em pelo menos 49 mortos, 198 mil desabrigados e muita destruição em municípios como Rio do Sul, Itajaí e Blumenau.
Segundo dados da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, as enchentes no Estado já contabilizam 154 mortos. São 2,3 milhões de pessoas afetadas em diversos graus, sendo 540.188 desalojados e 78.165 pessoas em abrigos improvisados ou em escolas e outras instalações do serviço público.
Enquanto ameaçam "subir" para Santa Catarina, as chuvas também já chegaram ao Uruguai e a Argentina. Nos últimos dias, registraram-se inundações em cidades próximas às fronteiras com o Rio Grande do Sul, colocando a população em risco e obrigando famílias inteiras a abandonarem as próprias casas.
No interior uruguaio, 522 pessoas estão alojadas em abrigos pelo poder público e 2.830 partiram para a casa de parentes ou amigos por conta própria.
As cidades de Paysandú, Durazno, Salto, Artigas, Rocha, Soriano, Cerro Largo, Treinta y Tres e Tacuarembó têm sido as mais afetadas pela vazão do Rio Uruguai, que nasce na Serra Geral, divisa entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Já na Argentina, as regiões mais atingidas estão entre as províncias de Entre Ríos e Corrientes. As autoridades argentinas calculam pelo menos 540 desalojados entre 159 famílias. Pequenos e médios agricultores rurais e criadores de gado estão entre os mais afetados pela cheia do Rio Uruguai.
