O deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) | Imagem: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Boulos diz ser vítima de ''fake news'' após ter post contra vacinação obrigatória resgatado

Boulos diz ser vítima de ''fake news'' após ter post contra vacinação obrigatória resgatado

O deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), disse ser vítima de "fake news" dos "bolsonaristas" depois da repercussão por causa de uma publicação de 2018 em que o deputado considera "absurda" a tentativa do governo Temer de tornar obrigatória a vacinação infantil.

O resgate da publicação gerou diversas críticas a Boulos pelo fato de o parlamentar estar entre os defensores da obrigatoriedade do "imunizante" experimental da Covid-19 em crianças e por ter defendido, durante a pandemia, medidas como o passaporte vacinal, ferramenta usada para a promoção de um verdadeiro apartheid sanitário.

"Governo Temer considera tornar vacinação infantil obrigatória, ideia absurda que resultou em uma revolta popular no século passado. Precisamos revogar a EC95, garantir abastecimento de vacinas e horários expandidos nas unidades de saúde e ampliar as campanhas de vacinação", diz a publicação de Boulos feita em 2018.

A publicação voltou a circular nas redes sociais na terça-feira (6) e virou alvo de críticas e cobranças de parlamentares da oposição.

"Excelente, Boulos! Já coloquei como prioridade o fim da vacinação obrigatória para crianças na reunião da oposição hoje cedo. Já temos as assinaturas suficientes para votar o PDL para sustar a decisão do Ministério da Saúde. Agora é ser pautado em Plenário", disse o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) ao reproduzir a publicação de Boulos na rede social X.

"A Internet não perdoa a hipocrisia da esquerda. Será este um dos motivos para trabalharem tanto para censurar as redes?", disse a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) ao compartilhar a publicação de Boulos pela rede social X.

"O que será que mudou? Boulos negacionista?", questionou o deputado federal Mario Frias (PL-SP).

"Ué, o que mudou? Acho que sei. Viva a democracia. Viva a democratização da democracia", escreveu o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).

"As pessoas podem esquecer, mas a Internet não esquece", disse o presidente do diretório paulista do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB-SP), Otávio Fakhoury.

Ao responder aos comentários, Boulos reafirmou seu posicionamento a favor da vacinação compulsória, disse ser vítima de "fake news" e tentou diferenciar "obrigatoriedade" de "medidas condicionantes vinculadas à aplicação de vacina", como a apresentação do comprovante de vacina para matrícula. Na prática, as medidas condicionantes defendidas por Boulos representam uma forma de obrigar a vacinação.

"Bolsonaristas tiraram o dia para pegar um tuíte meu lá de 2018, seis anos atrás, um tuíte equivocado, mal escrito, porque ele não deixava clara a necessária diferenciação entre o que é vacinação à força, que é uma coisa, e a outra, que são "medidas condicionantes vinculadas à aplicação de vacina", disse o deputado em vídeo compartilhado na rede social X.

Por fim, Boulos disse que é a favor da vacinação e acusou "bolsonaristas" de terem "descontextualizado" a publicação para "fazer coro às posições negacionistas deles".

Gazeta do Povo
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