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Capitão Bolsonaro rebaixa Ricardo Nunes a soldado raso

Capitão Bolsonaro rebaixa Ricardo Nunes a soldado raso

Enquanto anunciava a escolha do vice de Nunes - o coronel Mello Araújo -, o ex-presidente manifestava evidente desprezo ao salientar que sua preferência para a candidatura a Prefeito originalmente recaia sobre Ricardo Salles.


Marco Damiani

Ninguém mandou Ricardo Nunes terceirizar para Jair Bolsonaro o comando político de sua tentativa de reeleição à Prefeitura de São Paulo. Na ordem do dia do capitão, Nunes acaba de ser relegado, publicamente, ao segundo plano em sua própria campanha. É como se, no seu exército, o ex-presidente tivesse rebaixado o prefeito da maior cidade do País às tarefas de soldado raso em sua própria campanha, com perda de patente. Exerceu mandonismo e desprezo, com humilhação manifestada diante da tropa.

Em entrevista à produtora de conteúdo conservador Oeste, na quinta-feira 1, Bolsonaro indicou o ex-comandante da Rota coronel Mello Araújo ao posto de candidato a vice na chapa do prefeito. "Escolhi", determinou.

O gesto, porém, chamou menos atenção do que o desprezo manifestado por Bolsonaro em relação ao próprio Ricardo Nunes.
 
Na mesma entrevista, o ex-presidente fez questão de dizer que considera o prefeito menos competitivo do que o verdadeiro candidato dos seus sonhos. Uma espécie de jogador em quem não confia, que atua na falta de outro melhor.
 
"Minha preferência sempre foi o Ricardo Salles, não nego isso aí, gosto muito dele e tenho uma boa amizade com ele", pontuou Bolsonaro ao seu público de extremistas, no que foi apenas o começo. "Lamento, repito, do coração: eu queria o Ricardo Salles, mas é página virada isso aí".
Página virada que ele fez questão de ler de novo. Nunes poderia ter dormido sem essa. Bolsonaro já é o aliado mais adversário que o prefeito poderia ter.