Setores como energia e construção estão bem cotados para avançar na retomada da modalidade de expansão em 2024
Depois de mais de dois anos de inatividade agravada pela pandemia mundial de Covid-19, 2024 deve marcar a retomada das Initial Public Offerings, os IPOs, no Brasil. Com a demanda reprimida de uma série de empresas que acabaram adiando os planos de crescimento e modernização em razão dos altos juros, há pelo menos 19 companhias brasileiras que podem aproveitar a melhora do cenário para abrir capital na B3 este ano, segundo levantamento feito pelo Pipeline e divulgado nesta quinta-feira, dia 10, pelo jornal Valor.
As 19 candidatas mapeadas pelo Pipeline incluem desde nomes que só nos últimos meses começaram a tratar abertamente sobre a possibilidade de um IPO, como do laboratório farmacêutico Cimed, até empresas que estão resgatando planos antigos e que chegaram a ser cogitados de sair do papel por volta de 2020, caso das construtoras BRZ Empreendimentos, Pacaembu e Patrimar.
Outras companhias citadas pela reportagem são CTG Brasil, Votorantim Cimentos, CSN Cimentos e a Compass, empresa de distribuição de gás e infraestrutura do grupo Cosan. Segundo os bancos consultados, são negócios que têm condições de realizar emissões bilionárias. O Santander prevê ofertas entre US$ 350 milhões e US$ 500 milhões (R$ 1,7 bi a R$ 2,4 bi). Já o Itaú BBA estima captações de R$ 1 bilhão a R$ 2 bilhões.
Um dos setores com mais candidatos é o de energia, o que é natural, à medida que o país vive uma importante fase de transição energética com o advento de energias limpas. Há pelo menos três nomes: o Grupo Safira, que atua com a comercialização, gestão e soluções de energia elétrica; a 2W Ecobank, uma geradora e comercializadora de energia renovável; e a CTG Brasil, subsidiária da estatal chinesa China Three Gorges.
O segmento de energia pode contar ainda com a listagem dos vencedores do leilão de transmissão, previsto para ocorrer em março deste ano e que tem a expectativa de demandar cerca de R$ 18 bilhões em investimentos, destaca a reportagem. Nos próximos anos, esse valor deve subir para R$ 56 bilhões, ainda tratando do setor energético.