O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), pediu nesta quinta-feira, dia 16, à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o cancelamento do contrato de concessão com a Enel. Desde o último dia 3, quando ocorreu o pior temporal acompanhado de vendaval na capital, que Nunes vem se reunindo com outras autoridades estaduais, federais e também com dirigentes da concessionária.

Nesta quinta, Nunes elencou uma série de problemas que a Prefeitura tem enfrentado com a Enel, e que não se resumem apenas aos recentes apagões causados pelas chuvas na cidade.
"Não é só por conta dessas chuvas que aconteceram no dia 3 de novembro", afirmou. "A gente já vinha há muito tempo discutindo com a Enel uma série de questões." O prefeito deu essa e outras declarações hoje pela manhã, durante vistoria a obras no córrego Água Espraiada, zona sul da capital.

Ricardo Nunes mencionou a existência de cinco Unidades Básicas de Saúde (UBS) sem energia elétrica. "Estão prontas aguardando a Enel fazer a ligação de energia", disse. Na conversa com os jornalistas, ele também citou um conjunto habitacional na Vila Olímpica. "A gente não consegue inaugurar há cinco meses porque a Enel não vai fazer a ligação de energia".

A Prefeitura confirmou, em nota, o pedido de cancelamento junto à Aneel. E também uma reclamação feita junto à Procuradoria do Consumidor (Procon). Na CPI da Enel, que prossegue na Assembleia Legislativa de São Paulo, o presidente nacional da concessionária, Nicola Cotugno, foi questionado sobre o pedido da Prefeitura, mas preferiu não se manifestar publicamente.

Desde o temporal e a ventania do dia 3 de novembro que a capital e vários municípios do Estado vêm passando por problemas oriundos de seguidas quedas de energia. No início do mês, mais de dois milhões de pessoas ficaram às escuras, com a luz retornando apenas no decorrer dos dias subsequentes.

Já com o temporal desta quarta-feira, dia 15, que foi feriado nacional, mais de 290 pessoas ficaram privadas de energia em suas casas e comércios. A Enel é uma multinacional de origem italiana que assumiu o fornecimento de energia na capital e em 23 municípios da Grande São Paulo em 2018.