Quando Diana Nyad era criança, seu pai lhe explicou que seu sobrenome queria dizer "ninfa do mar". E Diana se lembra disso e de uma conversa com a mãe, quando as duas passeavam na praia à noite, numa entrevista aos 64 anos:
"- Que são aquelas luzes lá longe?" pergunta Diana.
"- É Cuba minha filha. Quem sabe um dia você vai nadando até lá?"
Porque a pequena Diana era apaixonada pelo mar e adorava suas aulas de natação na piscina. Sua braçada foi ficando cada vez mais firme e ritmada e ela começou a ganhar medalhas.
Seu sonho era fazer aquilo que sua mãe lhe dissera. Nadar 110 milhas (177 km) de Cuba à Florida. E foi o que ela fez. Depois de quatro tentativas, uma aos 20 anos, ela finalmente conseguiu realizar seu sonho em 2013, aos 64 anos de idade.
Sua treinadora e melhor amiga (Jodie Foster) acompanhou todas as tentativas e se orgulhou quando Diana alcançou o que tanto se empenhou para conquistar. Sua presença foi sempre um incentivo e segurança para Nyad.
Annette Bening se entregou de corpo e alma na interpretação dessa mulher forte e obcecada, muitas vezes difícil, com o seu projeto. Merecia o Oscar. Treinou durante um ano para enfrentar o mar e conseguir a performance que exige a personagem. Aliás o filme merece prêmios, não só pela direção de atores mas também com a beleza das imagens.
O casal que dirigiu o filme (Elizabeth Chai e Jimmy Chin) já nos tinha dado "Free Solo", documentário sobre um alpinista que não usa cordas; e "The Rescue", sobre os meninos que ficaram presos numa caverna na Tailândia. Em "Nyad", eles se superam mostrando a atriz no papel da personagem que enfrentou tubarões, águas-vivas, vespas do mar, tempestades e fortes correntezas, nunca desistindo.
Ela nadou 53 horas para realizar seu sonho, o de ser a primeira pessoa a nadar sem parar de Cuba à praia de Key West, onde foi recebida por uma multidão que a aplaudia. Merecidamente.
(A resenha está no meu blog com o trailer www.eleonorarosset.com.br)