Os novos produtos permitem que os investidores brasileiros negociem ativos das empresas Sigma Lithium, Pátria Investimentos e Afya Educacional
Três novos BDRs (Brazilian Depositary Receipts) de empresas brasileiras listadas no exterior estão sendo negociados desde a última segunda-feira, dia 24, na bolsa de valores (B3). A lista inclui papeis da Sigma Lithium (S2GM34), indústria produtora de lítio verde situada no Vale do Jequitinhonha (MG/BA); Pátria Investimentos (P2AX34), gestora líder em investimentos alternativos na América Latina, com 35 anos de história; e Afya Educacional (A2FY34), hub de educação e soluções digitais para médicos. As três empresas foram listadas na bolsa eletrônica dos Estados Unidos, a Nasdaq.
Os novos BDRs são não patrocinados, contam com o Banco B3 como depositário e possuem como lastro ações emitidas por essas empresas no exterior. Os BDRs correspondem a frações de ações das empresas e estão disponíveis também para a pessoa física.
Rogério Santana, diretor de relacionamento com clientes da B3, explica que os BDRs estão sendo muito bem-sucedidos em facilitar o acesso de investidores locais a ativos internacionais e também viabilizam o investimento em companhias brasileiras listadas fora do Brasil. "Por meio dos BDRs, as ações dessas empresas estarão disponíveis para investidores brasileiros que muitas vezes também são seus clientes, conhecem bem o negócio, o setor de atuação e são impactados por essas companhias. Isso é muito positivo para a diversificação da base acionária dessas empresas".
A entrada no mercado norte-americano é mais um passo no crescimento da Sigma Lithium. "Investimos R$ 3 bilhões no desenvolvimento tecnológico e construção de uma empresa pioneira na indústria de lítio pela escala de sexto produtor mundial e inovação industrial verde: zero uso de químicos nocivos, zero barragem de rejeitos, 100% dos rejeitos reciclados, 100% da água reutilizada no processo. Nessa indústria verde, o lítio bruto é transformado em insumo de lítio com alto grau de pureza, com 45x mais valor agregado para as baterias elétricas. Com isso, colocamos o Brasil como um dos principais fornecedores das cadeias globais da mobilidade elétrica", conta Ana Cabral, CEO da companhia. "E agora os brasileiros que não têm conta no exterior terão a oportunidade de investir neste projeto sustentável sem similaridade no mundo", comemora a executiva.
"Ficamos contentes em ter nossas ações negociadas na maior bolsa da América Latina. Somos uma gestora global de recursos alternativos focada em investir na região, e esses investimentos impactam diretamente a população que conhece de perto várias de nossas investidas", disse Alexandre Saigh, CEO do Patria. "Democratizar o investimento na nossa empresa através desses BDRs deve expandir nosso universo de acionistas e nos aproximar ainda mais de investidores locais no país em que nosso negócio nasceu".
"A Afya é o maior hub de formação e soluções digitais para médicos do país. Nosso propósito é transformar a saúde com quem tem a medicina como vocação. Neste sentido, abrir um canal com a B3, sem dúvida, gera oportunidade para a Afya ampliar sua base de acionistas aumentando a participação de investidores brasileiros. Estamos felizes com a iniciativa da B3, que acontece exatos quatro anos após o nosso IPO na Nasdaq", comenta Luis André Carpintero Blanco, CFO da Afya.
Atualmente, a B3 conta com 828 BDRs listados não patrocinados. No primeiro semestre de 2023, o estoque de BDRs somava R$22 bilhões, com a participação de 2 milhões investidores, sendo 97% de pessoas físicas. Em comparação com o primeiro semestre de 2022, o número de investidores em BDR cresceu 28%.
A principal vantagem do BDR é que essa modalidade de produto facilita o investimento em ativos estrangeiros sem a necessidade de abrir conta fora do país, possibilitando ao investidor diversificar suas aplicações com menos burocracia, basta tem uma conta em uma corretora no Brasil. Os BDRs estão disponíveis para a pessoa física na B3 desde outubro de 2020. Emitidos no Brasil por instituições depositárias (bancos ou corretoras), eles possuem lastro em ativos listados fora do país, como ações de empresas e ETFs.
(com informações do site da B3)