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Jockey Club divulga comunicado sobre Plano Diretor que transforma hipódromo em parque

Jockey Club divulga comunicado sobre Plano Diretor que transforma hipódromo em parque

A diretoria do Jockey Club de São Paulo divulgou esta semana seu primeiro comunicado oficial em relação ao Plano Diretor Estratégico da cidade, que passou por uma segunda votação e foi aprovado na Câmara Municipal no último dia 26 de junho.

Em tom conciliador, o JCSP busca um caminho de negociação com a Prefeitura e não aponta, por hora, para o encaminhamento de uma solução na Justiça. "Prosseguem entendimentos com a Municipalidade, objetivando equacionar-se solução conciliadora", diz o breve comunicado.

Segundo reportagem da Bandnews divulgada esta semana, o prefeito Ricardo Nunes recebeu a diretoria do Jockey Club para uma conversa e confirmou que não vetará a criação do parque, devido ao montante elevado da dívida do clube. Nunes abre, dessa forma, caminho para a desapropriação do imóvel.

Relembrando o caso


Na votação da revisão do novo Plano Diretor Estratégico da cidade de São Paulo, dia 26 de junho, o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, incluiu no projeto a transformação em parque do terreno de 600 mil metros quadrados do Jockey Club de São Paulo, no bairro de Cidade Jardim, onde está localizado o Hipódromo Paulistano.

A criação do parque, batizado de João Carlos Di Genio, permite à gestão do prefeito Ricardo Nunes declarar a utilidade pública do imóvel. Segundo o presidente da Câmara, o local seria tomado pelo município como pagamento da dívida de R$ 400 milhões em IPTU e de R$ 240 milhões de ISS. Dívidas essas que o Jockey questiona, tanto o mérito como os valores.

Transformando-se em parque, o terreno ficaria potencialmente inviabilizado para a construção civil. Isso porque o terreno passaria à condição de uma Zepam, ou zona especial de preservação ambiental, onde não se pode construir. Sem potencial construtivo, a área perderia o valor em meio à forte especulação imobiliária que avança sobre a região do entorno - Pinheiros, Butantã e Morumbi.

Por outro lado, o espaço poderia entrar em uma concessão, quando é permitida a exploração comercial. Caso do Parque do Ibirapuera e do Parque do Povo, ambos na zona sul da capital, e do estádio do Pacaembu, próximo à região central. No velho estádio Paulo Machado de Carvalho, a utilização de longe não se restringiu à exploração comercial, já que profundas intervenções na construção original foram e continuam sendo realizadas pelo concessionário.

Outro empecilho para se criar projetos imobiliários seria a limitação imposta pelo tombamento das arquibancadas e da pista do hipódromo. O conjunto integra o patrimônio histórico municipal e estadual da cidade. Inaugurado em janeiro de 1941, o Hipódromo Paulistano foi projetado pelo arquiteto Elisário Bahiana, em estilo art déco, e duas décadas depois sofreu uma grande remodelação pelas mãos do arquiteto francês Henri Sajous.

Atualmente, parte desse patrimônio vem passando por um projeto de restauro, patrocinado por incentivos fiscais estaduais e federais obtidos pelo Jockey Club de São Paulo. Além das instalações, o mobiliário antigo, mais painéis e até os afrescos do artista italiano Victor Brecheret, também passam por restauração que já avança por três anos de trabalho.