Não bastasse o honroso 34º lugar no ranking internacional "Best Dishes in America", recentemente publicado pelo site Taste Atlas, a coxinha volta à ribalta na condição de um "must", como diria o colunista social... O SPTV 1ª edição deu na manhã desta quinta-feira, dia 18: hoje é o Dia Nacional da Coxinha, um símbolo gastronômico de São Paulo que causa mais polêmicas quanto às suas origens do que o spaghetti a carbonara.
Não é certo que a coxinha seja um salgado legitimamente brasileiro, mas sem dúvida é a principal pedida em cada uma das centenas de padarias ou botecos da cidade de São Paulo e de outras capitais também.
No ano de 2000, como IPO News já havia mostrado, a jornalista e pesquisadora Nadir Cavazin lançou o livro "Histórias e Receitas", onde afirma que a coxinha teve origem na Fazenda Morro Azul, em Limeira (SP). Lá cresceu o filho da Princesa Isabel com o Conde D'Eu. Segundo essa versão, o garoto era fã incondicional de coxas de frango. Até que, um certo dia, a cozinheira da família resolveu desfiar pedaços de frango e acabou por criar a coxinha.
O mais provável, entretanto, é que a coxinha seja uma combinação de salgados feitos pelas mãos de cozinheiros europeus e que se adaptou perfeitamente ao paladar do brasileiro desde os tempos do Império. Na matéria da TV Globo, mostra-se uma versão em que a iguaria teria surgido durante o processo de industrialização em São Paulo, quando operários comiam coxas de frango e alguém teve a ideia, para evitar o desperdício, de desfiar e preparar o quitute frito.
A reportagem lembra também da coxa-creme, que teria surgido na capital paulista pelas mãos de cozinheiros franceses. Aqui dá para lembrar que uma das coxas cremes mais famosas da cidade entre os anos de 1960 e 80 era aquela vendida no Hipódromo Paulistano, em Cidade Jardim. O Jockey Club tinha a fama de importar diretamente chefs italianos e confeiteiros franceses para suas cozinhas e para seus concorridos réveillons.
Outro ponto tradicional em que as coxinhas, com creme ou tradicionais, eram e continuam sendo vendidas é o Bolonha da região central, bem ao lado do Parque Augusta. A tradicional rotisserie, de bandeira italiana, foi fundada em 1925 e já está na quarta geração de proprietários, entre descendentes de italianos e portugueses. O que reforça ainda mais a tese do envolvimento de italianos, franceses e portugueses na criação da iguaria. Além, é claro, dos brasileiros que a aperfeiçoaram e a fizeram cada vez mais valorizada no decorrer dos anos.