A escritora e acadêmica brasileira Nélida Piñon morreu neste sábado, dia 17, em Lisboa, aos 85 anos. Ocupante da Cadeira 30 da Academia Brasileira de Letras (ABL), para qual foi eleita em 27 de julho de 1989, ela não foi apenas a primeira mulher a presidir a entidade nacional em 100 anos, mas também a primeira em todo o mundo a comandar uma academia de letras.
A causa da morte não foi divulgada, mas, segundo informação divulgada pelo atual presidente da ABL, Merval Pereira, ao jornal O Globo, Nélida teve problemas nas vias biliares e passou por uma cirurgia de emergência, mas não resistiu.
De acordo com nota divulgada pela Academia, o sepultamento acontecerá no mausoléu da entidade, que fará uma "Sessão da Saudade" no dia 2 de março de 2023, no Salão Nobre da entidade, em homenagem à autora. "Nélida foi uma das maiores representantes da literatura brasileira", acrescentou a nota oficial.
Com mais de 20 livros publicados, as obras de Nélida Piñon foram traduzidas em mais de 30 países, entre romances, contos, ensaios, discursos, crônicas e memórias. Seu primeiro romance foi publicado em 1961, "Guia-mapa de Gabriel Arcanjo". Em 1972, lançou "A Casa da Paixão", considerado um de seus melhores e mais conhecidos romances, vencedor do Prêmio Mário de Andrade. Sua última publicação foi "Filhos da América", de 2016.
Nélida foi a quinta ocupante da cadeira 30 da ABL, que tem como patrono Pardal Mallet. Os outros imortais que antecederam a escritora foram Pedro Rabelo (fundador), Heráclito Graça, Antônio Austregésilo e Aurélio Buarque de Holanda.