Joe Biden reuniu -se com representantes da indústria de seu país para discutir a aprovação da Lei Chips | Imagem: Chips Act
EUA corre para aprovar a Lei Chips e injetar US$ 52 bilhões em sua economia

EUA corre para aprovar a Lei Chips e injetar US$ 52 bilhões em sua economia

O Senado dos Estados Unidos deve votar ainda esta semana a Lei Chips, mais de um ano após a aprovação da versão inicial do projeto. Uma versão final do texto será avaliada tanto pela Câmara dos Deputados quanto pelo Senado Federal.

O projeto de lei, que promete US$ 52 bilhões em isenções fiscais e subsídios para empresas que investem na fabricação de semicondutores nos Estados Unidos, foi considerada pelos senadores como uma parte fundamental da competição entre Estados Unidos e China, tanto pela questão econômica quanto por uma questão de segurança nacional. O valor será dividido em US$ 39 bilhões voltados à isenção fiscal para empresas construírem fábricas no país e US$ 11,2 bilhões para pesquisa e desenvolvimento no setor através de fundos setoriais.

O assunto é considerado tão importante e de segurança nacional que o presidente Joe Biden afirmou, em teleconferência no início da semana com jornalistas e CEOs de algumas das principais companhias fabricantes e usuárias de semicondutores como Lockheed Martin, Medtronic e Cummins, que a lei tem como pontos principais a garantia da economia dos EUA, a proteção à segurança nacional com redução da dependência de chips produzidos na China e em Taiwan e o crescimento dos negócios e dos empregos no país. Questões cruciais, portanto, que envolvem inclusive a popularidade do atual ocupante democrata da Casa Branca.

"O Congresso deve passar essa lei o mais rápido possível. É um imperativo econômico. Se nós fizermos isso, conseguiremos diminuir os preços dos produtos e criar mais empregos com o fortalecimento da indústria manufatureira na America. Nós vimos durante a pandemia que a nossa economia sofreu um revés sem os chips. No ano passado, um terço da inflação na indústria automobilística foi devido à alta no preço dos carros, que subiu pelas dificuldades de fabricação devido à falta de chips. Nós sacrificamos US$ 240 bilhões da nossa economia pela falta de semicondutores", disse Biden nesta segunda-feira, dia 26, pela videoconferência.

Desde a década de 1990, os Estados Unidos caíram de 37% da produção global de semicondutores para 12%; mais de 80% da capacidade de fabricação de semicondutores de hoje está na Ásia, de acordo com a Semiconductor Industry Association, entidade que reúne os fabricantes do setor.

A Lei Chips - sigla para Lei de Criação de Incentivos Úteis para Produzir Semicondutores para a América - foi proposta em junho de 2020 em meio a uma crise global de fornecimento de semicondutores sem precedentes.

A maior fabricante de semicondutores do mundo é a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), especializada na produção dos chips e no design desses dispositivos. Possui mais da metade do mercado mundial, atende gigantes como Apple e Qualcomm, e cresceu mais de 60% durante a pandemia, atingindo um valor de mercado de US$ 460 bilhões. Uma performance que assusta a concorrência mundial, sobretudo os Estados Unidos.