Estapar, que não integra o Ibovespa, está causando furor no pregão

Estapar, que não integra o Ibovespa, está causando furor no pregão

Se a bolsa brasileira fechou o pregão desta sexta-feira, dia 22, com leve queda de 0,11%, há pelo menos uma ação que, mesmo sem ser uma "blue chip" ou integrar o rol do Ibovespa, está causando rebuliço no mercado, a ponto de já figurar entre as manchetes dos sites e jornais de finanças esta semana. Trata-se da Allpark Estapar (ALPK3), que hoje subiu mais 16,40%. Ao todo, o papel valorizou estrondosos 142% apenas em julho, segundo dados do site InfoMoney.

Quando bateu na mínima de R$ 1,38 em junho, o mercado já contava para logo mais um anúncio de reagrupamento das ações, como ocorre comumente nesses casos. Afinal, quando do IPO, em 15 de maio de 2020, o preço de lançamento tinha sido de R$ 10,50, e a empresa, líder do setor de estacionamentos e que havia adquirido o direito de explorar com exclusividade os espaços de "zona azul" da capital paulista (cerca de 44 mil vagas), acabara de levantar um montante de R$ 345 milhões.

A partir de então, tudo indicava que o negócio, uma aposta particular do banqueiro André Esteves (também o dono do BTG Pactual), iria decolar em suas mãos. Mas o avanço da pandemia de Covid-19, oficialmente reconhecida pelo governo de São Paulo em meados de março do mesmo ano (pouco antes do IPO), tratou de inibir o desenvolvimento desse empreendimento e, de resto, de todo o comércio e serviços da capital paulista e do país.

A retomada do fluxo de estacionamento em shoppings, escritórios e comércio de rua na cidade passou então a ser esperada com o avanço da vacinação, mas não aconteceu na rapidez que o mercado ansiava. Somente agora, com o segundo semestre avançando e, logo mais, a chegada das festas de final de ano, é que aumentam as expectativas de uma maior circulação de veículos na capital e no estado, para voltar aos níveis próximos aos de 2019.

Durante a semana, a Estapar divulgou sua prévia operacional do segundo trimestre, na qual prevê receita líquida de R$ 273,7 milhões de abril a junho. Segundo a companhia, o valor é recorde e está acima do registrado no segundo trimestre de 2019, período pré-pandemia de Covid-19.

Além disso, a queda mais intensa verificada em junho, de 58% (já em cima de seguidas baixas desde o IPO), foi provocada pela saída de um investidor institucional no meio do mês, o que provocou um "sell-off" (forte movimento de venda) e deixou os papéis ainda mais baratos, segundo informou o site do jornal Valor.

Entre a forte desvalorização e possibilidade iminente de um reagrupamento, ou a oportunidade de comprar ações baratas e de uma empresa que se reabilita em um mercado no qual é dominante, os investidores parecem ter apostado na segunda opção, indo às compras agora no mês de julho.