Aquela garota que sai do metrô, imersa na multidão, segue para seu trabalho. Semblante sério, veste-se acompanhando as cores neutras dos japoneses que a cercam. Ela é tradutora em uma editora em Tóquio, onde vive há 5 anos.
Há algo misterioso nela.
Na parede do escritório onde Lucy Fly (Alicia Wikander) trabalha há um cartaz da polícia. Uma americana desaparecida. Trata-se da amiga de Lucy que veio da América e se grudou nela. Não falava japonês, não sabia andar pelas ruas numeradas, não tinha emprego e o apartamento foi Lucy que arranjou para ela. Invasiva mas era alegre e divertida.
Policiais levam Lucy para um interrogatório. E, num longo flashback, vamos entender o que a fez vir morar do outro lado do mundo.
Lucy tocava violoncelo num quarteto de cordas. Um acidente fatal vai acontecer ali também.
E quando Lucy encontra na rua Teiji, um fotógrafo bonito mas excêntrico, se enamora dele. Parece que o perigo ronda Lucy. É com o namorado dela que Lily Bridges (RileyKeough), a americana do cartaz, se insinua. Numa boate Lucy assiste a uma dança erótica dos dois e fica brava e com ciúmes.
Mas aceita ir com eles numa pequena viagem. A cena mais bonita do filme é a do Monte Fuji, na primavera, tomando quase toda a tela.
Alicia Wikander é talentosa e passa o sentimento de solidão e mistério que cercam Lucy Fly. Ela se considera uma pessoa amaldiçoada. Acredita nisso e se isola, até para proteger as pessoas. Tem o coração cheio de culpa.
O título original do filme fala de um pássaro que só canta depois de um tremor de terra, tão frequentes no Japão. Para mostrar que sobreviveu. Tal qual a personagem Lucy Fly que também está viva, apesar dos "terremotos" trágicos que aconteceram em sua vida.
( O trailer está no meu blog: www.eleonorarosset.com.br )