Dona há 10 anos da Amil, a norte-americana United Health deu ao Banco BTG a incumbência de procurar e avaliar potenciais compradores para todas as suas operações no Brasil. Um negócio bilionário que inclui, além da operadora, uma rede de hospitais e clínicas médicas. Outras instituições financeiras também já entraram nesse processo de venda.
Segundo o Bank of America Merril Lynch (BofA) avaliou e repassou ao jornal Valor, a venda da operação brasileira da United Health pode alcançar entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões, considerando que o grupo tem uma operadora com cerca de 3 milhões de usuários de planos de saúde e seus hospitais contam com 2,5 mil leitos.
Os cálculos do banco foram feitos com base no histórico de transações com hospitais semelhantes que foram vendidos de R$ 2 milhões a R$ 4 milhões, cada leito; e a carteira de planos de saúde, que apresenta precificação em geral entre R$ 2 mil e R$ 3 mil por beneficiário.
Pelos altos valores envolvidos, o mercado considera que essa venda poderá ser feita com a divisão dos ativos. Assim é que grandes players como Sul América ou Bradesco, ficariam com a carteira de clientes; enquanto que, para a Rede d'Or e a Dasa, seria direcionada a rede de hospitais.
O último entrave que poderia minar a comercialização foi tirado do caminho: a negociação da deficitária carteira de planos individuais da Amil, com 337 mil usuários, que passou a ser operada pela até então desconhecida APS (Assistência Personalizada à Saúde) a partir de 1º de janeiro. A United Health desembolsou R$ 3 bilhões, segundo fontes, para capitalizar a operadora paulista que também faz parte do grupo mas, até então, tinha apenas 11 mil clientes.
Esse repasse do conjunto de 337 mil clientes para a APS vem causando uma série de polêmicas entre as partes interessadas. Usuários alegam que não foram consultados sobre a mudança para a nova empresa, enquanto que a Amil não fornece informações mais detalhadas. Na dúvida, muitos já estão trocando de operadora e procurando planos mais em conta, como a Prevent Sênior, que há pouco tempo abriu sua carteira para usuários com menos de 60 anos; ou então a novata QSaúde, que se apresenta como uma healthtech e aposta forte no uso de tecnologia para fisgar a nova clientela.