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Nubank já considera números mais baixos para seu IPO na Nyse

Nubank já considera números mais baixos para seu IPO na Nyse

Prestes a realizar sua oferta pública inicial na Nyse, em Nova York, o Nubank está adaptando seu IPO ao cenário político e econômico mundial. O motivo, não oficial, seria o aparecimento da nova variante Ômicron, da Covid-19, levando a fintech a baixar a pedida para levar adiante a comercialização dos papéis. Com isso, o banco digital deve estrear no dia 9 de dezembro com um valuation reduzido de US$ 50 bilhões para US$ 41 bilhões, segundo estimativas do mercado.

Esse valor equivale a R$ 230 bilhões, no câmbio atual. Ainda se trata de muito dinheiro, menos porém que os US$ 50 bilhões (R$ 280 bilhões) pretendidos inicialmente. Para manter aceso o interesse dos investidores, no Brasil e no mundo, o Nubank reduziu a faixa de preço por ação sugerida em cerca de 20%, passando do patamar de US$ 10 a 11,00 para US$ 8 a 9,00.

Além do Ômicron, o mercado também vem registrando uma forte correção nos preços das empresas globais de tecnologia. Ontem, em fala no Senado dos EUA, o chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, mais a secretária do Tesouro, Janet Yellen, alertaram para a piora do cenário relacionado a inflação e o desemprego, com o avanço da nova cepa da Covid-19.

O Nubank busca listar suas ações ordinárias Classe A nos Estados Unidos e, simultaneamente, ter recibos de depósito brasileiros (BDRs) negociados na B3. Morgan Stanley, Goldman Sachs Group e Citigroup Inc. estão entre os bancos responsáveis pela oferta. As units serão negociadas sob o ticker NUBR33.

Além desses três gigantes das finanças internacionais, um quarto player acompanha de perto as movimentações na Nyse. Segundo a coluna Broadcast do Estadão de hoje, o JP Morgan é um dos investidores-âncora que podem garantir ao menos US$ 1,3 bilhão, dos US$ 2,9 bilhões que o Nubank quer captar. Esta será a segunda aposta da instituição norte-americana em um banco digital brasileiro. Em junho, o JP Morgan desembolsou R$ 10 bilhões por 40% do C6, um dos maiores rivais do Nubank. Por essa razão é que o banco teria ficado de fora do sindicato de coordenadores do IPO, por ter feito o aporte recente em um concorrente direto.

O JP Morgan é o maior banco de varejo nos Estados Unidos - e essa área era sua prioridade. Em dezembro de 2020, começou a estudar o mercado da Inglaterra, com o objetivo de criar um banco digital próprio, após seu rival Goldman Sachs fazer o mesmo.

Depois de muita expectativa, o JP Morgan lançou seu banco digital em Londres este mês. A imprensa americana descreveu o movimento como a primeira expansão internacional no banco comercial em 222 anos de história. A tradicional instituição está há 60 anos no Brasil, onde sempre atuou como banco de investimento e em operações de atacado. Desde junho, o banco começou um novo capítulo com a aposta no digital com o C6.

Outro nome cotado para ser um dos investidores-âncora do IPO do Nubank é o do bilionário norte-americano Warren Buffett, do fundo Berkshire Hataway. Ele já participou do último aporte de US$ 1,05 bilhão feito este ano na fintech, sendo portanto um de seus principais acionistas no momento, depois do fundador do banco, o colombiano David Vélez, que continua sendo majoritário.