O anúncio do aparecimento de uma nova cepa de Covid-19, feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na última sexta-feira, colocou em alerta as autoridades sanitárias em todos os continentes. Classificada pela entidade em nível de "preocupação", a variante B1.1.529, batizada de Omicron, é considerada bastante contagiosa, e seus primeiros registros ocorreram na África do Sul, que, na quarta-feira, comunicou a OMS sobre o surgimento dos casos.
Esses acontecimentos refletiram de imediato no mercado internacional. Bolsas de vários países caíram na sexta. O Ibovespa fechou com a segunda pior pontuação do ano - queda de 3,39%, aos 102.224 pontos - perdendo os ganhos registrados entre terça e quinta e ameaçando os números finais do mês de novembro, que ainda terá mais dois pregões esta semana.
Os temores das bolsas do exterior são os daqui também. Não só do mercado financeiro, mas dos governos e das populações. Oito países do sul do continente africano já tiveram restrições de desembarque de voos na Europa. A partir desta segunda-feira, 19/11, o Brasil também vai fechar suas fronteiras aéreas para seis países africanos, anunciou o ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira.
A decisão foi tomada em conjunto com outros ministérios, com o apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), embora o presidente Jair Bolsonaro tenha passado a sexta-feira dizendo aos jornalistas que medidas sanitárias nesse sentido não seriam tomadas pelo seu governo. A restrição de desembarque valerá para passageiros vindos da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.
Na Europa, as medidas de combate e proteção a Covid-19 estão sendo reforçadas. Na Holanda, 61 passageiros de um voo oriundo da África do Sul chegaram contaminados. Na Alemanha, já há dois casos suspeitos de Omicron. Reino Unido, Israel, Itália e Bélgica registram de um a dois casos confirmados. Na Oceania e na Ásia, Austrália e Hong Kong também registram um caso confirmado em cada país.
O Estado de Nova York declarou nesta sexta-feira, estado de "emergência de desastre", devido ao aumento no número de casos de Covid-19 e das internações causadas pela doença. Com essa medida, o Departamento estadual de Saúde pode limitar a realização de procedimentos médicos eletivos, não urgentes, e assim priorizar o combate à pandemia. A aproximação do inverno é outro fator preocupante, não só nos Estados Unidos como em todo o hemisfério norte, devido às condições de proliferação do contágio, como se viu há um ano.
