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Crise econômica do Brasil é destaque no noticiário internacional

Crise econômica do Brasil é destaque no noticiário internacional

Uma das três notícias mais lidas da edição desta sexta da Bloomberg News foi sobre a economia brasileira: "Mercado despenca enquanto Bolsonaro perde o controle da economia". Mais abaixo no menu do prestigioso site de finanças, aparecia também: "chefe da economia brasileira permanece no cargo para evitar um aprofundamento da crise", em referência à debandada de parte da equipe do ministro Paulo Guedes, em protesto contra o furo no teto de gastos que o presidente Jair Bolsonaro, apoiado em manobra pelo Centrão, quer dar para pagar a conta do novo Auxílio Brasil (ex-Bolsa Família).


Os membros da equipe que pediram para sair foram os secretários de Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal; e do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt. E não parou por aí. A secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas; e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araújo, também solicitaram exoneração de seus cargos. Todos, "por razões pessoais", informou a nota do Ministério da Economia.

A repercussão internacional teve sua razão de ser. Segundo a Folha de S. Paulo, as empresas listadas na Bolsa de Valores brasileira perderam R$ 284 bilhões em valor de mercado em apenas três dias, após o governo federal revelar que poderia furar o teto de gastos para aumentar o valor do Auxílio Brasil. A estatal Petrobras perdeu R$ 24,15 bilhões no período, liderando a lista dos prejuízos. Depois aparecem a Vale, com perdas de R$ 23,9 bilhões; Magazine Luiza (R$ 12,3 bilhões), Rede D'Or (R$ 8,1 bilhões) e Ambev (R$ 7,55 bilhões).

Na semana, o Ibovespa registrou um tombo de 7,28%, considerado a maior queda no período no ano e que que fez a bolsa voltar ao patamar de novembro de 2021. Ontem (sexta), o pregão da B3 começou o dia com os mercados ainda mais temerosos, pois havia rumores da queda iminente de Paulo Guedes - o índice chegou a cair quase 5% pela manhã. O ministro não saiu, mas o seu desgaste continua grande. Ontem, Jair Bolsonaro e Guedes promoveram uma entrevista coletiva para tentar amainar a crise. "Tenho confiança absoluta nele", disse o presidente, repetindo o mesmo procedimento visto em ocasiões anteriores, quando decepou a cabeça de outros ministros.