O anúncio de reestruturação do comando da maior emissora do País foi feito ontem, em live promovida pela diretoria do Grupo Globo junto a seus funcionários e colaboradores. Paulo Marinho, 44 anos, assumirá a presidência da TV Globo a partir de 1° de fevereiro de 2022, em substituição a Jorge Nóbrega, que estava no cargo desde 2017.
O novo presidente, a partir de fevereiro, é filho de José Roberto Marinho, vice-presidente do Grupo Globo e diretor-geral da Fundação Roberto Marinho. A reorganização geral da diretoria contemplará também João Roberto - outro filho do fundador Roberto Irineu Marino -, como presidente do Grupo Globo, cargo que ocupará junto à presidência do Conselho Administrativo da companhia.
Há tempos que o jovem executivo vem sendo preparado para a função. No momento, ele exerce a função de diretor dos canais da emissora. Formado em administração, sempre gostou de trocar ideias com o avô Roberto, que morreu em 2003, aos 98 anos, quando Paulo tinha 26 anos e já trabalhava na empresa da família. Ele foi coordenador de Conteúdo e Marketing no Sistema Globo de Rádio, diretor dos canais infantis Gloob e Gloobinho, da ViU Hub (empresa voltada a plataformas digitais), diretor-geral de Canais e Conteúdo da então Globosat e, desde 2020, diretor de canais da TV aberta, canais por assinatura e rede de emissoras afiliadas.
Em sua nova missão, Paulo Marinho deverá se concentrar em recuperar receitas perdidas de 2019 para cá, sobretudo no período de pandemia da Covid-19, quando pararam de funcionar divisões importantes do grupo, como o núcleo de novelas e séries, e foram suspensos também eventos esportivos e shows musicais, áreas em que a emissora sempre atuou com desenvoltura.
No setor de entretenimento e TV, ele irá trabalhar o conceito definido pelo board da companhia de "mediatech", com maior interação entre a TV Globo e o Globoplay. Esse trabalho conjunto de plataformas será crucial para a retomada do crescimento do grupo, que hoje se vê às voltas com a forte concorrência mundial de Netflix, Amazon Prime e Disney Chanel, entre outros.
A empresa "mediatech", segundo a Globo, deve ter a qualidade de seus conteúdos fortemente apoiada pela tecnologia e voltada para o relacionamento direto com o consumidor. "Os canais são cada vez mais digitais, e se tornarão digitais ao longo do tempo. E no desenho estratégico, é a combinação dessas ofertas e do nosso portfólio que faz a diferença na Globo. Cada vez mais a gente vai trabalhar nessa direção, com olhar multiplataforma, com as áreas trabalhando de uma forma cada vez mais colaborativa, integradas. A Globo agora tem dois corações. O conteúdo, que historicamente já temos, e a tecnologia", disse Paulo Marinho, na live dirigida ao corpo de funcionários.
