Imagem: Divulgação
A nova alta da Selic e como isso pode refletir na bolsa

A nova alta da Selic e como isso pode refletir na bolsa

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou ontem, pela quinta vez consecutiva, a taxa básica de juros (Selic), que agora é de 6,25% ao ano, atingindo o maior patamar desde julho de 2019. O aumento foi dentro do que os analistas apostavam, e deve nortear as próximas mexidas do BC, como já sinalizou a própria instituição.


Dentro da "Super Quarta", o mercado também assistiu o Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, manter a taxa de juros dos EUA, que ficou no mesmo nível entre 0% e 0,25% ao ano. Um possível aumento pode ficar para 2022, já que as autoridades indicaram que preveem desacelerar as compras de ativos que vem sendo usadas para estimular a economia.

Com as expectativas dessas duas reuniões confirmadas, o Ibovespa fechou ontem (quarta-feira) com alta de 1,84%, terminando de forma positiva o pregão pelo segundo dia consecutivo (na terça foram mais 1,29%). Um alívio para os investidores, que esperam não se tratar apenas de um "hiato" na performance da B3.

As bolsas norte-americanas também repercutiram a reunião do Fed e a melhora do cenário na China, onde a crise da imobiliária e incorporadora Evergrande vem sendo contornada com a ajuda do governo. A companhia informou que uma de suas unidades, a Hengda, fará o pagamento de cupons de seus títulos de dívida em yuans após um acordo com seus credores. Os índices Dow Jones e S&P 500 fecharam com altas de 1,00% e 0,95%, respectivamente.

Num primeiro momento, consultando as análises de vários veículos especializados em finanças, é provável que a alta dos juros faça migrar uma parte dos investidores para a renda fixa, CDB e letras do Tesouro, entre outras opções. Mas os gestores estão longe de zerar suas carteiras de renda variável.

Levantamento da XP divulgado nesta quarta-feira pelo site InfoMoney, mostra que diminuiu o número de gestores com posições compradas - ou seja, aqueles que apostam na alta -, na B3, via índice ou ações individuais. Em agosto, o percentual de especialistas que estavam mais otimistas com a Bolsa era de 87%. Agora, caiu para 52%.

O que os gestores estão repassando para seus clientes neste momento é para não acelerar nas compras, mas aumentar ou diminuir posições com parcimônia. O curto prazo, dizem, será complicado diante da alta da inflação (previsão de 8,5% para este ano) e da crise política que promete turbulências em ano pré-eleitoral. E aconselham também a ficar de olho em setores que podem atravessar com riscos menores a crise política e econômica.

Uma estratégia é apostar em empresas que pagam bons dividendos, como as de energia: Taesa, Cemig, Copel, CPFL, AES Brasil e Transmissão Paulista. O site Money Times recomenda também Vale, Petrobras, Banco do Brasil.

Analistas ouvidos pelos sites de finanças alertaram ainda para os preços baixos de alguns papéis, depois que muitas empresas atravessaram a pandemia e sentiram no faturamento a diminuição das vendas de serviços e produtos - com reflexos evidentes em suas ações.

Junte-se ao lote os papéis das companhias de energias renováveis, como biomassa e eólica. No recente debate sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável, dentro do seminário "Um Novo Rumo para o Brasil", autoridades do setor alertaram para o caminho das energias renováveis, que têm no País um ambiente excelente para serem exploradas (a íntegra dessa discussão está disponível no IPO News, que acompanha o seminário.