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Sete de Setembro: Dia da Independência e as ameaças à democracia

Sete de Setembro: Dia da Independência e as ameaças à democracia

Nunca foram tão atuais as palavras de Dom Pedro I no grito do Ipiranga, proferidas há quase 200 anos: "E viva o Brasil livre e independente... Independência ou Morte".

Hoje, quando o País deveria cuidar dos preparativos das comemorações do bicentenário da Independência, do fortalecimento das instituições democráticas e da redemocratização, que começou com a eleição de Tancredo Neves em 1985 e que precisa ser cuidada e cultivada todos os dias, a preocupação dos governantes é outra: evitar que o 7 de Setembro vire uma conflagração de grupos extremos que estarão circulando pelas principais capitais e no Distrito Federal.

A proximidade entre apoiadores e manifestantes contrários ao presidente Jair Bolsonaro em algumas capitais é o que tira o sono das autoridades na manhã desta terça-feira, sobretudo quanto à garantia de segurança para todos. Em Brasília, três quilômetros separam os dois atos; já em São Paulo, serão quatro quilômetros entre um protesto e outro.



Apoiadores do Presidente iniciaram ontem a concentração
(CRÉDITO: Luiz Souza / Fotoarena / Estadão Conteúdo)


Apoiadores do presidente defendem pautas antidemocráticas, como o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF), do Congresso Nacional e a intervenção militar nos moldes do golpe de 1964. São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília estão entre as capitais que montaram fortes esquemas de segurança para conter eventuais arroubos de manifestantes mais exaltados.

Os radicais já deram uma demonstração ontem à noite, na Esplanada dos Ministérios, quando forçaram o cordão de isolamento da Polícia Militar numa tentativa de "dominar" os espaços. Nas palavras de ordem desses militantes pro-bolsonaro, alguns dos alvos são o governador do DF, Ibaneis Rocha; o governador de São Paulo, João Dória; e os ministros do STF. Congressistas alinhados a questões contra o governo federal também são criticados, caso dos membros da CPI da Covid-19.

A repercussão deste 7 de Setembro tem sido tão grande que autoridades internacionais apontam seus radares para o Brasil. Organização das Nações Unidas (ONU), Comissão Interamericana de Direitos Humanos e vários governos europeus e dos Estados Unidos acompanham de perto os acontecimentos, que classificam como "extremamente preocupantes".