Duas marcas tradicionais do mercado nacional, a Copagaz e a Liquigás passarão a ser geridas por uma holding, a Copa Energia, criada para iniciar uma nova fase dessas companhias. "Queremos ser uma empresa 'one-stop shop' de energia, queremos fornecer soluções para os nossos clientes, sejam elas através do GLP ou de outros energéticos, como biogases, energia elétrica, energia fotovoltaica", revelou ao jornal Valor o vice-presidente de desenvolvimento e gestão, Pedro Turqueto, em entrevista que esteve acompanhado de seu pai, Caio Turqueto, atual presidente da Copagaz.
A Liquigaz foi vendida pela Petrobras no fim de 2019, por R$ 3,7 bilhões, como parte do plano de otimização do portfólio da estatal (que posteriormente também registrou a venda da BR Distribuidora). A ex-subsidiária foi comprada por um consórcio formado por Copagaz, Itaúsa e Nacional Gás, do grupo Edson Queiroz.
A operação exigiu o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), e o processo foi todo ele concluído há pouco menos de um mês. No novo formato, a Copagaz saltou da quinta posição para a liderança, com uma fatia de mercado de 25%, possuindo cinco mil revendas e atendendo mais de 30 mil empresas e 180 mil condomínios, em todo o território nacional.
Enquanto esperava a conclusão do processo junto ao CADE, a empresa já se preparava para a nova fase, conta Caio Turqueto. Uma das medidas foi ampliar suas importações de GLP; outra foi se estruturar para capturar sinergias com os ativos incorporados da Liquigás. A Copagaz foi fundada como um negócio familiar em 1955, no Mato Grosso do Sul, pelo sogro de Caio, Ueze Zahran.
Quanto à estratégia para o mercado de energia, ela ainda não está totalmente definida. A companhia prossegue avaliando diferentes fontes como a hídrica, onde os estudos começaram com duas CGHs - centrais geradoras com potência de até 5 MW -, que já estão operacionais e serviram como teste para entender melhor o negócio. O Grupo Zahran, controlador da Copagaz, também tem experiência com usinas de geração solar fotovoltaica. Já o biogás tem sido estudado em parceria com universidades.
Em paralelo, a Copa Energia vê ainda espaço para aumentar sua participação no GLP, principalmente frente a outros energéticos mais poluentes, como lenha e óleo diesel. Para garantir a participação no mercado, os investimentos da companhia nas operações correntes devem alcançar o valor de R$ 300 milhões por ano.