Abrir capital nas bolsas norte-americanos e conseguir exposição internacional mais recursos financeiros muitas vezes inimagináveis continuam sendo o sonho de muitas companhias brasileiras. Não são todas que têm folego para desembarcar na Nyse ou na Nasdaq. Essas, no entanto, contam com um ambiente fértil local, já que cerca de 50 empresas fizeram suas ofertas públicas iniciais este ano, na B3.

Nos últimos cinco anos, 13 negócios de origem brasileira fizeram esse movimento nos Estados Unidos. Nexa Resources e Netshoes (hoje Magalu), em 2017; PagSeguro, Stone e Arco Educação, em 2018; XP e Afya, em 2019; Vasta e Vitru, em 2020; Pátria, VTEX e Zenvia, agora em 2021. Lembrando que o PagSeguro, do Grupo UOL, é o atual recordista de preços, pois amealhou US$ 2,3 bilhões em sua operação, no início de 2018. No total, esse lote de empresas arrecadou US$ 9 bilhões para usar em expansão, investimento em tecnologia e recursos humanos, compra de concorrentes e conquista de novos territórios.

Empresas de tecnologia voltadas para o setor financeiro e de comércio eletrônico encontram muito espaço para expandirem nos EUA e, a partir de lá, abraçar o resto do mundo. Para o segundo semestre, ainda são esperados os IPOs de Nubank e Hotmart. O primeiro é uma fintech que hoje exibe o título de maior banco digital do mundo, com 40 milhões de clientes e que não para de crescer. Seus executivos esperam arrecadar cerca de R$ 2 bilhões com a oferta na Nasdaq. Já a Hotmart é uma plataforma de comércio eletrônico que disponibiliza ferramentas e educação (Hotmart Academy) para seus clientes.

Além dessas duas empresas, mais próximas de seus IPOs em terras estrangeiras, Elo, CI&T Advent, Conductor, Ebanx e Creditas são outros negócios com intenções de desembarcar nas bolsas americanas, segundo informações coletadas pelo jornal Valor e pela CNN Business. Procuradas por esses veículos, seus representantes não quiseram se manifestar por enquanto.