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Já pensou em investir no seu <i>influencer</i> preferido?

Já pensou em investir no seu influencer preferido?

Já imaginou investir no seu personagem ou ídolo favorito da internet? Pode ser um digital influencer, youtuber, gamers, músico... Agora em julho, a fintech Divi-hub lançou uma plataforma para financiamento coletivo da turma que habita essas diferentes tribos. Com um investimento mínimo de R$ 10,00, qualquer um pode entrar em projetos de entretenimento digital como canais de You Tube e páginas de influencers de música, dança, jogos, esportes e até aconselhamento financeiro.

A ideia do fundador da empresa, Ricardo Wendel, que começou o seu negócio nos Estados Unidos em 2019, é romper duas barreiras comuns ao cenário dos investimentos no Brasil: o valor da entrada e a afinidade dos potenciais investidores com os novos negócios, contou ele ao site Startups.

A aplicação funciona da seguinte forma: o fã do artista faz o seu cadastro e adquire parte de um ativo digital, o Divi, que ficará guardado em sua carteira de investimento. O retorno financeiro se dará de acordo com os resultados gerados pelo canal, game ou projeto investido. O limite é de 500 mil divis por emissão. O valor equivale ao teto de R$ 5 milhões para projetos de crownfunding, de acordo com as regras da CVM.

Os divis são tokens que funcionam como partes da propriedade legal de seus criadores. Carregam uma tecnologia feita para essa finalidade no mercado, o Quantum Ledger, desenvolvido pela Amazon Web Services nos EUA. Cada token é rastreável e cada transação tem um código matemático único para garantir a segurança do negócio.

A empresa não revela o número de influencers que já estão cadastrados, mas planeja ter ao menos 50 projetos disponíveis em sua plataforma até o final do ano.

Inovador e atraente na proposta, o projeto de investir nos influencers é direcionado para um público que nasceu e cresceu vendo o domínio cada vez maior da internet e das plataformas digitais na vida das pessoas. Mas será que a geração Z, de jovens com até 24 anos, está preparada para entrar nessa?

Uma recente pesquisa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), intitulada "Raio-X do Investidor" e divulgada pelo site InfoMoney, aponta que seis em cada 10 jovens da Geração Z não guardam dinheiro de forma alguma. Quando o assunto é investimento, aqueles que já se preocupam em reservar algum dinheiro o fazem em poupança, evitando (ou desconhecendo) ativos mais arriscados como criptomoedas ou ações.

A pesquisa da Andima procurou ouvir a opinião de três jovens influencers que, juntos, somam 10,8 milhões de seguidores no TikTok. Ramana Borba, de 20 anos, dançarina, tem 4,1 milhões; Martin Klayver, 20 anos, dançarino, 5,2 milhões; e Mirella Qualha, que é modelo, tem 1,5 milhão de seguidores. Os três revelaram que guardam parte de seus ganhos em poupança e também olham imóveis, direcionando outra parcela para gastos gerais e reinvestimento em seus negócios.

Os resultados da pesquisa da Andima comprovam que os jovens, sintonizados com novas tendências e mais abertos para discussões de comportamento, ainda se mostram conservadores quando a questão é investimento.

Segundo números oficiais da B3, existem atualmente pouco mais de 3,7 milhões de investidores cadastrados na bolsa, sendo que um milhão entrou recentemente, de três anos para cá. A faixa etária mais representada hoje, com pouco mais de 30% de participantes, é de jovens com idade entre 26 de 35 anos. Depois, aparece a faixa dos 36 aos 45 anos, com cerca de 28%; e daí os adultos entre 46 e 55 anos, com cerca de 12%. Só então é que surge a geração Z, entre 16 e 25 anos, com apenas 11% dos participantes.

Dessa forma, fica patente que influencers voltados ao aconselhamento financeiro têm muito trabalho de convencimento pela frente, já que são jovens, sabem como se dirigir aos jovens e podem ajudar a traduzir números e novos projetos, como o do token da Divi-hub, que compõem o amplo universo das bolsas de valores e do mundo das finanças.