O empresário mineiro Josué Gomes, dono da Coteminas, foi eleito nesta segunda-feira, dia 5/07, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), devendo assumir o comando da maior federação industrial brasileira no final de dezembro, com a saída de Paulo Skaf. Josué é filho do empresário e político José Alencar, que morreu em 2011, e que foi vice-presidente de Luiz Inácio Lula da Silva nas duas administrações do petista.
"Nesse momento, é preciso uma reforma de redução de gastos, de redução de custos, para os governos diminuírem e se possível fazer uma reforma que não penalize a sociedade", disse Josué durante o pleito. O senador José Alencar, ao aceitar a vice-presidência de Lula, em 2003, colocou como condição uma linha parecida de raciocínio, ao se tornar conhecido por combater os altos juros cobrados pelos bancos.
Josué Gomes tem bom trânsito no meio político, já tendo inclusive sido cotado para assumir o cargo de vice-presidente e em ministérios tanto na gestão Dilma Rousseff como na de Michel Temer. Mesmo sem aceitar, continua sendo um nome muito citado para concorrer como vice de Lula, em 2022. Possibilidade essa até agora descartada por ele.
Com a eleição de Josué Gomes, que concorreu com chapa única e recebeu 104 votos de 113 eleitores cadastrados, termina um longo período de 17 anos de gestão Paulo Skaf. Ele fica no cargo até dezembro, com o objetivo de garantir apoio à reforma administrativa e acompanhar a reforma tributária. Por vezes criticado por fazer política partidária, Skaf disse que sua carreira política foi apenas para servir à sociedade, e que continuará fazendo isso.
Eleição no Ciesp
No mesmo dia, também foi realizada a eleição para presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). Rafael Cervone, da mesma chapa de Josué Gomes, foi eleito com 1.147 votos. A chapa adversária, com José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Plástico (Abiplast), contabilizou 680 votos.
Como houve um racha entre as duas entidades no ano passado, uma ala de industriais passou a fazer oposição a Paulo Skaf, devido à sua atuação política (foi três vezes candidato ao governo de São Paulo). Isso refletiu na eleição de ontem. Roriz criticou a condução das eleições na Fiesp e no Ciesp, reclamando que não ouve tempo suficiente para formalizar uma chapa com 140 nomes. "A Fiesp saiu da agenda da indústria e foi para agenda pessoal do presidente, que quer ser governador", atacou Roriz, empresário do setor têxtil.
