O mês de junho termina movimentado com negociações milionárias envolvendo os bancos C6, Nubank e Inter

Listado entre os 10 maiores bancos digitais do mundo em número de clientes - é o sétimo colocado, com sete milhões de contas - o C6 acaba de dar um novo salto de crescimento que poderá, em breve, alavanca-lo nessa relação liderada hoje pelo Nubank, com 40 milhões de clientes. Fundado em 2018 por um grupo encabeçado por ex-sócios do BTG Pactual, o C6 anunciou o recebimento de um aporte de R$ 10 bilhões por parte do banco norte-americano JP Morgan, equivalente a uma participação de 40% na instituição financeira.

O valor da transação foi divulgado pelo Estadão, que também informou ser intenção antiga do JP Morgan entrar numa operação local de varejo digital bancário. Com essa entrada de recursos, o C6 poderá adiar seu IPO por algum tempo, já que a oferta estava prevista para sair este ano. Assim, o banco continuará investindo em crescimento e no aumento do seu valor de mercado, estimado em R$ 11 bilhões conforme recentes avaliações do mercado.

Com mais esse movimento, o universo financeiro brasileiro mostra força para aquisições, contratações e IPOs. Há poucos dias, foi a vez do Nubank anunciar um aporte de US$ 1,15 bilhão. O banco, fundado em São Paulo em 2013, também tem no seu roteiro fazer uma oferta pública de ações, mas em solo norte-americano, possivelmente na Nasdaq.

Em junho, outro lance do mercado: o Banco Inter realizou um follow on e captou R$ 5,5 bilhões, numa ação que teve a Stone como âncora da oferta. Agora essa empresa detém uma fatia de 4,99% do banco digital fundado em Minas Gerais e que hoje possui uma carteira com 10 milhões de clientes. Mais de 80% da atual base de acionistas seguiu essa oferta, deixando pouco espaço para novos interessados nos papéis.

O fenômeno de aquisições e injeções de recursos visto nesse universo não tem sido uma exclusividade verificada neste lado dos trópicos. Segundo dados de uma pesquisa da CB Insights, divulgada pelo site snaq.co, o investimento global em bancos digitais não para de crescer desde o último trimestre de 2019. De lá até o último tri de 2020, foram injetados US$ 9,2 bilhões, globalmente. A venda de serviços desse setor também cresceu, o que é crucial para dar sustentabilidade aos investimentos feitos.