Imagem: Divulgação
Mercado animado com o rally de alta da bolsa de valores

Mercado animado com o rally de alta da bolsa de valores

Dados são bastante positivos, mas crises na política, no sistema hídrico e na saúde podem atrapalhar o crescimento da economia e do PIB

Ao atingir a sétima alta consecutiva nesta sexta, dia 4/06, e ultrapassar a barreira histórica dos 130 mil pontos, o Ibovespa deu sinal, no entender de muitas corretoras e agentes, que vai continuar surfando a onda de crescimento no segundo semestre de 2021.

De acordo com levantamento do Valor Data, com a alta verificada até o momento no ano, a B3 acumula ganhos de 9,33%, ultrapassando assim a até então líder Nasdaq (7,19%) e o índice chileno IPSA (1,16%), enquanto que o BIST 100, da Turquia, segue na rabeira da lista, com 2,97% negativos no ano.

Os motivos que levam ao otimismo do mercado são variados. Mas o site Canal de Alta lembra, por exemplo, lembra a entrada de R$ 1.858 bilhão de investidores estrangeiros somente em um dia, que foi em 1° de junho passado. Outro ponto fundamental na semana foi a divulgação do crescimento de 1,2% do Produto Interno Bruto no primeiro trimestre, o que levou alguns bancos a projetarem o aumento do PIB em 2021 em até 5,5%, no cenário mais otimista. Mais um ponto: o cenário externo favorecido pelos preços das commodities, que influencia o desempenho da agropecuária, das petroleiras e de setores como o aço.

Na contramão, a queda continua do dólar, que caiu 0,93%, a R$ 5.037 na venda nesta sexta-feira. De acordo com o InfoMoney, é o menor valor da moeda desde o dia 10 de junho de 2020 (R$ 4.939). E tende a se estabilizar nesse patamar, avalia um analista para o IM, pois o fluxo continua vindo, e o cenário de queda do dólar (no mundo) favorece. Além do adicional que o Fed não vai corrigir tão cedo sua política monetária, conclui o analista de câmbio ouvido pelo site de finanças.

Barreiras para esse cenário tão positivo? A crise política gerada pelas investigações da CPI da Covid, que atingem em cheio o governo federal; a lentidão no programa de vacinação do País; e a crise hídrica que se avizinha, levando o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a comunicar à Agência Nacional das Águas (ANA) um possível colapso de oito reservatórios de água até o final deste ano.

Prevendo tardiamente a crise, o governo federal pretende agora alterar o horário do consumo industrial: o Ministério de Minas e Energia montará um plano para que a indústria remaneje seu consumo de energia elétrica fora dos horários de pico, como informa o Valor.

Uma ideia alternativa, mas que chega com demasiado atraso, como no triste episódio de compra de vacinas contra a Covid-19 que resultou na morte de quase meio milhão de brasileiros e acarretou o colapso do sistema de saúde privado e público (SUS).