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As 5 maiores altas e as 5 maiores baixas do Ibovespa no mês de abril

As 5 maiores altas e as 5 maiores baixas do Ibovespa no mês de abril

Cia. Hering teve forte salto de 70% de suas ações no mês, enquanto BRF caiu mais de 17%; confira quem se destacou no mês

Por Rodrigo Tolotti, Lara Rizério

SÃO PAULO - O Ibovespa encerrou o mês de abril com ganhos acumulados de 1,75%, em um período marcado pela indicação de recuperação econômica dos Estados Unidos em meio à vacinação em massa da população e estímulos governamentais. Por aqui, a pauta de destaque foi a sanção do Orçamento de 2021.

O noticiário corporativo também foi movimentado, com o fim da temporada de resultados do quarto trimestre de 2020 e o início da temporada do primeiro trimestre de 2021, já trazendo importantes sinalizações sobre o cenário para diversos setores da economia. Fusões e aquisições também movimentaram a Bolsa brasileira, guiando inclusive a maior alta do Ibovespa do mês.

Confira abaixo as maiores altas e baixas do Ibovespa no mês de abril:

Maiores altas

1. Cia. Hering (HGTX3, R$ 27,42, +70,42%)


A Cia. Hering liderou com folga os ganhos em abril, se valorizando 70,42%, com os papéis atingindo R$ 27,42. E a maior parte dessa alta ocorreu apenas na segunda metade do mês, após duas notícias de fusões, uma que foi recusada e outra aprovada.

No dia 15 de abril, os papéis da companhia saltaram 28,13% após ela dizer não a uma proposta da rival Arezzo para que elas unissem seus negócios. Na ocasião, mesmo com o negócio não dando certo, o mercado passou a ver com melhores olhos para a Hering.

"Apesar de um forte compromisso com fusões e aquisições, além de crescimento, a Cia Hering pode ser uma empresa difícil de digerir [para a Arezzo]. Dito isso, acreditamos que os investidores devem se concentrar mais no lado positivo", disseram os analistas do Credit Suisse.

Na época, a equipe do banco suíço destacou, entre outras coisas, que a companhia passou a ser vista como um alvo de fusões e aquisições, o que, para uma ação deprimida, poderia levar a uma importante reação positiva do preço das ações.

Nos dias que se seguiram, os papéis seguiram ganhando força puxados também por um noticiário aquecido dentro do setor como um todo e diversos rumores de fusões e aquisições de outras companhias.

Porém, no dia 26 de abril, a Hering e o Grupo Soma anunciaram um acordo para fusão das duas empresas, levando a um salto de mais 26,19% do ativos HGTX3, negócio que também foi bem avaliado pelos analistas.

Pedro Serra, gerente de Research da Ativa Investimentos, destacou a importância da notícia para a Hering, que com a nova estrutura pode acelerar seu movimento de virada após uma fase bastante complicada. Já, Henrique Esteter, da Guide Investimentos, ressaltou que o grupo Soma pode ter oferecido um valor elevado pela empresa, ajudando na avaliação do mercado para a ação subir (clique aqui para ver a análise completa).

2. Braskem (BRKM5, R$ 52,50, +32,28%)

Pelo terceiro mês seguido a Braskem ficou entre as melhores ações do Ibovespa, desta vez com uma alta de 32,28%, cotada a R$ 52,50. Com isso, no ano, os papéis da companhia acumulam valorização de 122,74%.

A companhia petroquímica já havia ficado entre as maiores altas do primeiro trimestre favorecida por um noticiário positivo e bastante agitado, envolvendo acordos no México, o seu bom resultado de 2020 e a avaliação de analistas, otimistas com o futuro do setor como um todo.

Porém, em abril mais novidade ajudaram as ações a seguirem em alta. Primeiro, o jornal Valor Econômico informou que a Odebrecht (hoje Novonor) havia iniciado novas conversas com possíveis compradores de sua fatia na Braskem.

No dia 12 então, as ações saltaram 7,82% após o Brazil Journal afirmar que executivos e empresários do setor petroquímico acreditam que a melhor forma da Novonor monetizar a participação na empresa seria a formação de um grande consórcio com empresas internacionais e nacionais e investidores financeiros.

Leia mais: Depois da tempestade, o ânimo na Bolsa? O que explica a disparada de 120% das ações da Braskem em 2021

De acordo com o site, no desenho que está sendo falado nos bastidores do setor, o Mubadala poderia ficar com os ativos da Braskem no Nordeste. Em São Paulo, a Unipar e a belga Solvay poderiam se interessar pelo antigo polo petroquímico de Capuava. A Ultrapar poderia ficar com o Polo Petroquímico no Rio Grande do Sul e a Petrobras - que divide o controle da Braskem com a Novonor - ficaria com o Polo do Rio.

Os ativos internacionais, de acordo com as fontes ouvidas pelo Brazil Journal, ficaram com players europeus e americanos. A Borealis ficaram com as duas fábricas de polipropileno da Europa e a LyondellBasell, com o México. Os ativos dos EUA poderiam ir para fundos de private equity como Apollo e Advent.

Todo esse noticiário, seguiu levando a um maior otimismo por parte dos analistas. Nas últimas semanas, o Morgan Stanley afirmou que, ao contrário da expectativa do mercado para o final de 2020, o ritmo do mercado petroquímico continua forte em 2021, com spreads historicamente altos para os setores de polipropileno e propileno, devido a interrupções na oferta, especialmente após uma tempestade de inverno recente afetar a capacidade do Golfo dos Estados Unidos; alta demanda, beneficiada por maior necessidade de empacotamento na pandemia; e níveis de estoque baixos.

A estimativa de Ebitda do banco, de US$ 4 bilhões, ficou 32% acima de sua projeção anterior, e 70% acima do consenso do mercado. O Morgan ainda elevou a expectativa para 2022 em US$ 2,771 bilhões. Com base nas conversas recentes, o banco diz acreditar que investidores estão trabalhando com presunções para o Ebitda em 2021 mais perto de entre US$ 3,5 e US$ 3,9 bilhões.

3 e 4. Usiminas (USIM5, R$ 22,45, +31,29%) e CSN (CSNA3, R$ 49,19, +29,79%)

Em sequência, duas companhias do mesmo setor se destacaram no mês: a Usiminas avançou 31,29%, para R$ 22,45, enquanto a CSN subiu 29,79%, a R$ 49,19 em abril. As duas já vinham de um bom momento, conforme analistas estavam com uma visão positiva sobre o setor, reforçada pelos resultados do ano passado.

Logo na primeira semana desse mês, as duas tiveram forte alta após bancos como Itaú BBA e Bradesco BBI informarem que a Usiminas havia anunciado um aumento de preços de aço a distribuidores, sendo esta a terceira elevação no ano, após altas em janeiro e fevereiro.

Já nesta última semana do mês, as companhias avançaram com as expectativas sobre seus balanços de primeiro trimestre. A Usiminas estreou a temporada revertendo o prejuízo de R$ 424 milhões registrado no início de 2020 para um lucro de R$ 1,205 bilhão neste primeiro trimestre (veja a análise completa aqui).

O resultado foi obtido com uma disparada de 325% na comparação anual geração de caixa operacional, medida pelo Ebitda ajustado, para R$ 2,42 bilhões. A alta foi de 51% frente ao trimestre imediatamente anterior.

No período, o volume de vendas de aço da Usiminas cresceu 20% ante o mesmo período de 2020 e de 11% frente ao quarto trimestre, para 1,25 milhão de toneladas, enquanto a comercialização de minério de ferro caiu 12%, para 1,94 milhão de toneladas.

Já a CSN teve lucro líquido de cerca de R$ 5,7 bilhões no primeiro trimestre, revertendo desempenho negativo de R$ 1,3 bilhão apurado um ano antes em meio à combinação de ganho de recursos com o IPO de sua unidade de mineração e melhor desempenho operacional que tem sido guiado por melhora na demanda de aço no Brasil.

A companhia, que obteve um ganho líquido no IPO da CSN Mineração (CMIN3) de cerca de R$ 2,5 bilhões em meados de fevereiro, e teve uma geração de caixa medida pelo Ebitda ajustado recorde de R$ 5,8 bilhões. O montante equivale a um crescimento de mais de 4 vezes em relação ao desempenho do primeiro trimestre de 2020.

Com isso, a alavancagem da companhia, que já foi uma grande preocupação de investidores, terminou março em 1,29 vez, bem abaixo das 4,78 vezes de um ano antes e menor que as 2,23 vezes do final de 2020.

Após fortes altas nas últimas semanas e nos pregões que antecederam os resultados, as companhias registraram queda neste fim de mês, mas não o suficiente para deixar o top 3 do Ibovespa.

5. Pão de Açúcar (PCAR3, R$ 40,73, +22,75%)

Depois da forte queda em março por conta do movimento de cisão do Assai (ASAI3), o Pão de Açúcar conseguiu ficar entre as maiores altas de deste mês com suas ações valorizando 22,75%, a R$ 40,73. A companhia conseguiu entrar no top 5 de abril apenas neste último pregão ao subir 4,30%.

Porém, o principal driver para o papel foi a notícia, no dia 12, de que seu controlador, o Grupo Casino, iniciou "trabalhos preparatórios para potencial aumento de capital da Cdiscount", subsidiária direta da Cnova - na qual o GPA detém 34,17% do capital social. A notícia fez as ações subirem quase 10% em apenas um dia.

A operação tem como objetivo habilitar o Cdiscount a acelerar seu plano de crescimento e pode também incluir uma oferta secundária de ações detidas pelo Pão de Açúcar.

Na ocasião, a empresa disse que seu conselho de administração recebeu "de maneira positiva o lançamento desses estudos", ressaltando a "excelente performance operacional" da subsidiária, assim como o forte potencial de crescimento do Cdiscount e o ambiente favorável do mercado de capitais.

Analistas destacaram que a notícia é positiva, mas seguiram cautelosos com as ações. A XP apontou que há desafios para que o GPA faça a sua operação de saída da Cnova no curto prazo, citando três motivos principais.

Em primeiro lugar, o grupo tem vocalizado seu interesse em desinvestir desse ativo há algum tempo, porém isso não ocorreu até o momento. O segundo ponto é que a Cnova tem enfrentado um cenário competitivo mais difícil, em um mercado liderado pela Amazon. Por fim, o desafio ocorre em meio ao momento de rotação de posicionamento para empresas/setores de valor dado o contexto de retomada econômica e volta à normalidade, o que pode ser um desafio para que a potencial operação ocorra.

Já Gustavo Akamine, analista da Constância Investimentos, avalia que a operação da Cnova estampa o valor de ativos do Pão de Açúcar, que estavam descontados, sendo que a operação ajuda a trazer visibilidade para o Pão de Açúcar.

Akamine diz que as ações do Pão de Açúcar têm se valorizado tanto com a cisão do Assaí quanto com a operação da Cnova, porque elas fazem uma espécie de "limpeza na operação" do grupo e permitem monetizar cada ativo de forma mais precisa.

Confira as maiores altas do Ibovespa em abril:

EmpresaTickerCotaçãoVariação
Cia. HeringHGTX3R$ 27,42+70,42%
BraskemBRKM5R$ 52,50+32,28%
UsiminasUSIM5R$ 22,45+31,29%
CSNCSNA3R$ 49,19+29,79%
Pão de AçúcarPCAR3R$ 40,73+22,75%


Maiores baixas de abril

1. BRF (BRFS3, R$ 20,79, -17,57%)

Os ativos da BRF foram fortemente impactos em março pela forte alta das commodities agrícolas, levando a um aumento dos custos para a companhia na produção de frangos.

Em relatório desta semana, Guilherme Palhares e Isabella Simonato, analistas do Bank of America destacaram que os papéis devem seguir afetados pelo custo maior das commodities agrícolas.

Em dólar, os preços da soja e do milho subiram desde o início de março, respectivamente, 12% e 27%. No acumulado de 2021, a elevação é de 18% e 44%, no nível mais alto desde 2013 e sendo uma resposta para as importações da China, piores condições climáticas no Brasil (e, em menor intensidade, nos EUA).

Com esse cenário para as commodities, os analistas refizeram o seu modelo, apontando um aumento dos custos por tonelada de 13% para 16,6% em 2021. O preço-alvo para BRF foi reduzido de R$ 38 para R$ 35, mas a recomendação segue de compra.

Com relação aos próximos pregões, vale ficar de olho no resultado da companhia, a ser divulgado no próximo dia 12 de maio.

O BofA espera que os resultados da BRF sejam sólidos, com Ebitda de R $ 1,2 bilhão, ligeiramente abaixo do ano anterior, com margem abaixo de 230 pontos-base em relação ao primeiro trimestre de 2020.

"Notamos que o primeiro trimestre de 2020 é uma base de comparação difícil no mercado internacional, com margens recordes na Ásia e margens de exportação muito fortes. No Brasil, as margens devem ficar estáveis ​​na base anual, apesar do aumento significativo nos custos de ração e frete, uma vez que a empresa continua aumentando os preços", avaliam os analistas.

"Acreditamos que novos aumentos de preços, desempenho do portfolio de vendas da companhia e posições de hedge serão aspectos importantes para monitorar nos resultados do primeiro trimestre de 2021", avaliam os analistas.

Traçando um panorama geral sobre o setor, os analistas da XP apontam que, apesar do momento atual de safra no Brasil, quando a oferta costuma aumentar e pressiona o mercado, os preços dos animais vivos apresentaram boa resiliência, principalmente devido a pressões de custos que não devem deixar espaço para correções significativas, mas também em parte pelo bom desempenho nas exportações.

A taxa de câmbio continua favorável, uma vez que o Brasil segue competitivo apesar dos preços elevados no mercado interno, mas a participação da exportação no total da produção tem crescido, o que é um fato positivo, ainda que em grande parte demanda doméstica esteja fraca. "O cenário continua desafiador para a América do Sul, mas positivo para a América do Norte, com margens nas operações de bovinos superiores aos níveis históricos ao longo do primeiro trimestre - acreditamos que isso ainda não foi devidamente precificado nas ações das empresas: a diversificação geográfica tem sido mais relevante do que a diversificação de proteínas", destacam.

2. Eneva (ENEV3, R$ 14,67, -12,16%)

As ações da Eneva passaram por forte altos e baixos em abril. No acumulado do mês até o dia 12, as ações subiram cerca de 8%.

Em destaque, um catalisador positivo foi a venda da totalidade de sua participação de 50% na UTE São Marcos para a Golar, que foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) neste mês. Segundo a Ativa Investimentos, a venda majora as condições de liquidez para que a companhia finalize seus próximos projetos sem maiores complicações, como a operacionalização de Jaguatirica II ainda neste ano, Parnaíba V até 2022 e Parnaíba VI até 2024.

Por outro lado, a partir da segunda quinzena, as ações passaram a cair forte, com as notícias sobre a venda de participação do BTG Pactual da companhia. O Brazil Journal destacou, em matéria do dia 13 de abril, que o banco, que detinha até então 22,89% do capital da companhia, colocou à venda um bloco de 27 milhões de ações em apenas uma sessão, o equivalente a 10% de sua posição na empresa.

A saída ocorre em meio a uma elevação pelo BTG no Banco Pan e investimento na InfraCo, divisão especializada em fibra óptica da Oi.

3. Qualicorp (QUAL3, R$ 27,05, -10,87%)

Os resultados da Qualicorp do quarto trimestre de 2020, divulgados no fim do mês de março, acabaram impactando o desempenho das ações da companhia ao longo de abril.

A companhia reportou lucro líquido de R$ 67,6 milhões no quarto trimestre, alta de 12,4% ante os R$ 60,1 milhões registrados no mesmo período de 2019. No ano de 2020, a empresa apresentou lucro líquido de R$ 392,1 milhões, com acréscimo de 5,3% ante 2019.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado, por sua vez, atingiu R$ 190,3 milhões no último trimestre do ano passado, com queda de 16,8% em comparação aos R$ 228,8 milhões do mesmo período do ano passado.

O Safra destacou como dado negativo a margem bruta, 1,18 ponto percentual pior do que a estimativa da equipe de análise, de 81,0%. As despesas gerais e administrativas diminuíram 9% em relação ao ano anterior, mas aumentaram 25% no trimestre (15% piores do que as estimativas dos analistas), já que a empresa foca em melhorar sua governança corporativa, investimentos em TI e melhor atendimento ao cliente.

Como resultado, o Ebitda ajustado ficou 19% abaixo do que os analistas esperavam, com uma margem de 39,5%. "Esta compressão de margem acentuada (já excluindo itens não recorrentes) é uma surpresa negativa relevante e pode impactar negativamente na avaliação, a menos que a adesão orgânica e o crescimento da receita acelerem significativamente nos próximos trimestres", avalia o banco. No momento, a recomendação segue de compra com preço-alvo de R$ 43.

4. BB Seguridade (BBSE3, R$ 22,33, -7,92%)

A BB Seguridade teve queda expressiva de suas ações no mês.

A companhia já caminhava para uma baixa no período, mas foi a desvalorização de 3,45% no dia 27 que colocou ela na lista de piores de abril.

A sessão marcou foi a maior queda diária das ações da empresa desde 22 de fevereiro, quando a companhia divulgou os seus resultados no quarto trimestre do ano passado: no período, a seguradora teve um lucro líquido de R$ 916,61 milhões. O destaque negativo do balanço da seguradora ficou por conta do resultado financeiro, que tombou na comparação anual.

Cabe ressaltar que, no fim deste mês, a Caixa Seguridade estreou na Bolsa brasileira (B3), valendo cerca de R$ 29 bilhões, na terceira tentativa para abrir o seu capital. A holding de seguros da Caixa Econômica Federal conseguiu emplacar a operação com prêmio em relação à sua concorrente BB Seguridade.

O resultado da BB Seguridade referente ao primeiro trimestre de 2021 sairá no próximo dia 3 de maio e, segundo o Itaú BBA, a companhia deverá apresentar números sólidos, com a expectativa de um lucro de R$ 944 milhões no período. Já os resultados financeiros continuarão pressionados, embora alguma melhora seja esperada, avaliam.

Em relatório do final de abril, os analistas reduziram o preço-alvo dos ativos de R$ 40 para R$ 32, mas seguiram com recomendação outperform para os papéis. A redução do preço-alvo é atribuída principalmente a um maior custo de capital próprio, à incorporação dos resultados do quarto trimestre
e a ajustes nas estimativas de lucros.

"Após um desempenho inferior em relação ao Ibovespa, vemos uma relação risco-recompensa favorável para a ação levando em conta os preços atuais. Estimamos um dividend yield [dividendo em relação ao preço da ação] de 7%. Uma melhora dos números da companhia deve ajudar a ação a retomar o seu patamar na Bolsa gradualmente", apontam.

5. Cielo (CIEL3, R$ 3,45, -7,26%)

Apesar de ter começado o mês com uma boa notícia, com o Banco Central autorizando a realização de transferências e pagamentos entre os usuários do WhatsApp para as bandeiras de cartões Visa e Mastercard, a ação da Cielo segue sinalizando o cenário bastante desafiador que a companhia enfrenta nos últimos anos. Com isso, por mais um mês, a ação fechou com perdas na Bolsa.

O resultado do primeiro trimestre foi um prova disso: a companhia divulgou seus dados em 28 de abril, com lucro líquido de R$ 241,3 milhões, crescimento de 44,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Por outro lado, excluindo efeitos não recorrentes, a Cielo teve lucro líquido de R$ 135,8 milhões no primeiro trimestre, quedas de 54,5% sobre o período de outubro a dezembro do ano passado e de 18,6% ante o primeiro trimestre de 2020.

Neste sentido, de acordo com o Credit Suisse, a menor lucratividade em termos recorrentes continua sendo uma preocupação para os próximos trimestres.

O resultado foi impactado negativamente tanto por volumes quanto por margem, destacam Marcel Campos e Matheus Odaguil, analistas da XP. Os volumes vieram abaixo do esperado, uma vez que o Volume Total de Pagamentos (TPV, na sigla em inglês) da empresa não se recuperou no trimestre, enquanto as margens também não ajudaram (margem líquida de 0,73% versus 0,78% no primeiro trimestre de 2020). No geral, 2021 começou com um declínio de 20% no lucro recorrente em relação ao ano anterior.

Em meio a esse cenário, a recomendação neutra é da maior parte das casas de análise que cobrem a ação, segundo informações da Refinitiv: nove casas se posicionam desta maneira com relação aos ativos, enquanto três recomendam venda e apenas duas recomendam compra.

Confira as maiores quedas do Ibovespa em abril:

EmpresaTickerCotaçãoVariação
BRFBRFS3R$ 20,79-17,57%
EnevaENEV3R$ 14,67-12,16%
QualicorpQUAL3R$ 27,05-10,87%
BB SeguridadeBBSE3R$ 22,33-7,92%
CieloCIEL3R$ 3,45-7,26%


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