Mais da metade do eleitorado queira ter uma disputa presidencial com novos atores., aponta pesquisa Quaest
Por Merval Pereira
O recorte da pesquisa Quaest que mostra que uma grande parte do eleitorado não quer que nem Lula, nem Bolsonaro sejam candidatos em 2026 é importante. É muito relevante que mais da metade do eleitorado queira ter uma disputa presidencial com novos atores. A política brasileira costuma ser sempre personificada em líderes populistas, caso de Lula e Bolsonaro, mas a verdade é que esta dicotomia está se esvaziando, porque não mostra nenhuma grande solução.
E a disputa com novos candidatos seria uma boa tentativa de recomeçar. É interessante o sentimento da população. Evidentemente, todo presidente fica muito exposto, para bem ou para o mal, durante a campanha. Lula tem uma liderança política importante, é muito popular - já foi mais, mas continua popular em algumas regiões, tem mecanismos de governo e personalidade para sustentar o favoritismo, e está em campanha usando a máquina pública.
O fato de estar sendo reduzida a diferença entre ele e alguns candidatos no segundo turno mostra que qualquer candidato de oposição no segundo turno vai ter apoio da maioria do eleitorado antipetista - o Tarcísio tem mais chances do que outros. E até Ciro Gomes reduziu a diferença para cinco pontos.
Vai ser uma disputa muito apertada. Lula não tem força para vencer no primeiro turno, o que nunca aconteceu, e no segundo turno toda a oposição vai se juntar contra ele. Ele teria que trabalhar, como fez em 2022, no grupo de independentes, em torno de 20, 30% de eleitores que vão definir a eleição. Não tendo Bolsonaro como adversário, Lula tem uma desvantagem, porque Bolsonaro pessoa física tem muita rejeição. Não sendo Bolsonaro e ninguém da família, a direita unida tem boa chance de ganhar no segundo turno. Mas a política no Brasil é excessivamente fluida, e as coisas mudam da água para o vinho de repente, por qualquer detalhe que aconteça. Vamos ter um ano delicado e complicado para os partidos políticos, porque os candidatos estarão sempre numa corda bamba, tentando atravessar este período até a eleição.
O Globo
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