Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) - Foto: Ricardo Stuckert//Agência O Globo |
Direita unida pode vencer em 26

Direita unida pode vencer em 26

Mais da metade do eleitorado queira ter uma disputa presidencial com novos atores., aponta pesquisa Quaest


Por Merval Pereira

O recorte da pesquisa Quaest que mostra que uma grande parte do eleitorado não quer que nem Lula, nem Bolsonaro sejam candidatos em 2026 é importante. É muito relevante que mais da metade do eleitorado queira ter uma disputa presidencial com novos atores. A política brasileira costuma ser sempre personificada em líderes populistas, caso de Lula e Bolsonaro, mas a verdade é que esta dicotomia está se esvaziando, porque não mostra nenhuma grande solução.

E a disputa com novos candidatos seria uma boa tentativa de recomeçar. É interessante o sentimento da população. Evidentemente, todo presidente fica muito exposto, para bem ou para o mal, durante a campanha. Lula tem uma liderança política importante, é muito popular - já foi mais, mas continua popular em algumas regiões, tem mecanismos de governo e personalidade para sustentar o favoritismo, e está em campanha usando a máquina pública.

O fato de estar sendo reduzida a diferença entre ele e alguns candidatos no segundo turno mostra que qualquer candidato de oposição no segundo turno vai ter apoio da maioria do eleitorado antipetista - o Tarcísio tem mais chances do que outros. E até Ciro Gomes reduziu a diferença para cinco pontos.

Vai ser uma disputa muito apertada. Lula não tem força para vencer no primeiro turno, o que nunca aconteceu, e no segundo turno toda a oposição vai se juntar contra ele. Ele teria que trabalhar, como fez em 2022, no grupo de independentes, em torno de 20, 30% de eleitores que vão definir a eleição. Não tendo Bolsonaro como adversário, Lula tem uma desvantagem, porque Bolsonaro pessoa física tem muita rejeição. Não sendo Bolsonaro e ninguém da família, a direita unida tem boa chance de ganhar no segundo turno. Mas a política no Brasil é excessivamente fluida, e as coisas mudam da água para o vinho de repente, por qualquer detalhe que aconteça. Vamos ter um ano delicado e complicado para os partidos políticos, porque os candidatos estarão sempre numa corda bamba, tentando atravessar este período até a eleição.

O Globo
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