Desde 1990 nas fileiras do Partido Liberal, o deputado federal Antônio Carlos Rodrigues (SP) teve sua expulsão da legenda anunciada nesta quinta-feira, dia 31, pelo presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto.
A expulsão de Rodrigues ocorreu devido ao parlamentar defender Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e criticar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que aplicou a Lei Magnitsky contra o ministro do STF.
Em nota oficial do PL, Valdemar afirmou que atacar Trump é "ignorância sem tamanho". Sua brusca reação se deu por conta de afirmações feitas à imprensa pelo deputado paulista no episódio envolvendo Moraes e os EUA. Em entrevista ao portal Metrópoles, Rodrigues disse que a aplicação da lei contra o ministro do STF é um "absurdo", e que Trump "deve cuidar do próprio país e não se meter com o Brasil".

A entrevista causou revolta na bancada do PL, sobretudo àquela ala que reza na cartilha da família Bolsonaro, setor do partido ao qual Rodrigues nunca pertenceu.
"A pressão da nossa bancada foi muito grande. Nossos parlamentares entendem que atacar o presidente dos Estados Unidos é uma ignorância sem tamanho", prosseguiu Valdemar na nota do partido.
Veterano da política, Antônio Carlos Rodrigues, de 75 anos, entrou para o PL em 1990, bem antes da legenda se tornar um satélite das vontades de Bolsonaro, sempre legitimadas por Valdemar. Ele foi vereador em São Paulo por quatro mandatos, presidente da Câmara Municipal, suplente de senador na chapa de Marta Suplicy (PT-SP) e ministro dos Transportes no governo Dilma Rousseff. Entre 2016 e 2018, o próprio Rodrigues comandou o PL, antes de se eleger deputado federal nas últimas eleições, em 2022.
Recentemente, Rodrigues foi o único representante da bancada do PL a não assinar o pedido de urgência para o projeto que prevê anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023. Tal posicionamento o isolou dentro da legenda, já que o projeto interessa pessoalmente ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a integrantes do núcleo duro de seu governo, envolvidos com as mesmas acusações.