Os ministros Fernando Haddad, da Fazenda, e Simone Tebet, do Planejamento, se reúnem com empresários em Brasília para distucit o tarifaço que o norte-americano Donald Trump ameaça impor ao Brasil - Mateus Bonomi/Reuters |
Simone Tebet debate com líderes do PT para ser candidata ao Senado por SP em 2026

Simone Tebet debate com líderes do PT para ser candidata ao Senado por SP em 2026

Ela é vista como trunfo eleitoral numa disputa fundamental para Lula no maior estado do país

Mônica Bergamo

A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB-MS), foi procurada por lideranças do PT de São Paulo para conversar sobre a possibilidade de ser candidata ao Senado pelo Estado em 2026.

A ministra do Planejamento fez carreira política no Mato Grosso do Sul, mas tem forte ligação com o estado paulista. Duas de suas filhas moram na capital, e ela tem também propriedades no litoral do Estado, onde passa boa parte de seu tempo livre.

Tebet, que já foi senadora pelo MS entre 2015 e 2022, foi consultada sobre a possibilidade de mudar o título eleitoral para São Paulo para poder disputar o cargo. Em 2022, ela teve 1,6 milhões de votos no Estado, ou 6,3% do total.

Ministros de Lula já se envolveram nas conversas.

A ministra viu a ideia com simpatia. Ela acredita que a grande batalha de aliados de Lula em 2026 será pela conquista de maioria no Senado, e não para os governos estaduais.

A manutenção da democracia, na visão dela, dependerá da vitória de forças anti-bolsonaristas no parlamento.

Lula compartilha da mesma visão.

O estado de São Paulo também é considerado essencial para a campanha presidencial de Lula. Em 2018, Fernando Haddad teve 7 milhões de votos no estado (32%), contra 15 milhões de Jair Bolsonaro (68%). A desvantagem, para os petistas, foi de 8 milhões de votos.

Quatro anos depois, em 2022, com Lula candidato à Presidência e Haddad ao governo, a diferença com Bolsonaro se estreitou: o petista teve 11,5 milhões de votos (44,8%), e Bolsonaro, 14,2 milhões (55,24%). A desvantagem caiu para 2 milhões apenas.

Especialistas apontaram na época que foi a reviravolta em São Paulo que deu a vitória a Lula, já que nas outras regiões o percentual de votos permaneceu praticamente o mesmo do verificado nas eleições de 2018.

Caso a ideia de Simone Tebet disputar o Senado por SP se concretize, o PT e seus aliados teriam quatro nomes para disputar os principais cargos em São Paulo: o de governador e as duas vagas no Senado.

Uma das possibilidades seria Fernando Haddad ser candidato ao governo, e Simone Tebet e Márcio França (PSB-SP) ao Senado.

Neste desenho, Geraldo Alckmin disputaria novamente a vice-presidência na chapa com Lula.

Haddad tem repetido que não pretende disputar cargos eletivos. Uma das possibilidades, segundo disse a interlocutores, seria coordenar a campanha presidencial de Lula em 2026. Ouviu como resposta que ele dificilmente conseguirá resistir à pressão para entrar em uma das disputas eleitorais.

Em outro desenho, Geraldo Alckmin seria candidato ao governo, e Haddad e Tebet, ao Senado. França seguiria ocupando um ministério importante em um futuro governo de Lula.

No terceiro formato, França seria candidato ao governo paulista, Alckmin e Tebet disputariam o Senado e Haddad seria vice de Lula.

O problema é que, no plano nacional, aliados recomendam que o presidente tenha como vice um candidato de centro ou centro-direita.

Folha de S.Paulo
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2025/07/simone-tebet-debate-com-lideres-do-pt-para-ser-candidata-ao-senado-por-sp-em-2026.shtml