Ministro da Previdência deve sair do cargo nesta sexta após conversa com o presidente Lula
Por Lauriberto Pompeu e Sérgio Roxo - Brasília
Integrantes do Palácio do Planalto e a bancada do PDT na Câmara dão como certa a saída de Carlos Lupi do Ministério da Previdência Social e já começam a pensar em nomes para substituí-lo no cargo. A tendência é que a pasta continue sob a indicação do partido, e o nome mais cotado para chefiá-la é o de Wolney Queiroz, atual secretário-executivo do ministério.
- Para o governo essa transição é natural - declarou o líder do PDT na Câmara, Mario Heringer (MG), sobre a possibilidade de Wolney, que é o número 2 na hierarquia da pasta, assumir o ministério como titular.
O ministro se reúne com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na tarde desta sexta-feira e sua saída deve ser anunciada ainda hoje.
Como forma de impedir atritos com o PDT, que já tem divisões internas sobre apoiar Lula ou não na eleição presidencial de 2026 e vinha reivindicando mais espaço no governo, a tendência é que o ministério continue sob a influência da legenda.
O partido tem apenas 17 deputados, mas é considerado da base fiel do governo e ligado ideologicamente à gestão de Lula. O ex-presidenciável e ex-governador Ciro Gomes é da sigla e tem vocalizado uma posição contra o PT nas últimas eleições. Ainda assim, mesmo considerando isso e o pedido por cargos, a cúpula da legenda, da qual Lupi faz parte, costuma agir afinado com o governo.
Wolney era deputado federal pelo PDT de Pernambuco e foi líder da sigla na Câmara durante as eleições de 2022. Na época, ele era uma das principais vozes dentro do partido a discordar da candidatura presidencial de Ciro e pregar o apoio da sigla a Lula logo no primeiro turno.
Lupi está no centro de uma crise envolvendo descontos indevidos em aposentadorias no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). O escândalo tem desgastado o governo nos últimos e há no Congresso uma pressão para instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso.
A operação "Sem Desconto", deflagrada na semana passada, apura descontos irregulares feitos por associações que possuem convênios com o INSS. Segundo as investigações, esses grupos podem ter desviado mais de R$ 6 bilhões nos últimos anos.
Em entrevista ao GLOBO, Lupi admitiu que sabia o que estava acontecendo em relação aos aumentos dos descontos de aposentadorias para repasses a associações e que demorou para tomar previdências. Disse, porém, que não se sente desconfortável em permanecer no governo.
O Globo
https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2025/05/02/planalto-e-pdt-veem-secretario-executivo-de-lupi-como-opcao-para-substitui-lo-em-ministerio.ghtml