"Respeitar a mulher não deve ser visto como um ato de benevolência, mas como a expressão mínima de um mundo que reconhece a humanidade em sua totalidade. Mais do que respeito, é preciso garantir acesso, oportunidades e voz, permitindo que a presença feminina se expanda sem barreiras artificiais ou preconceitos velados."
Por João Antonio da Silva Filho
A história da humanidade é tecida por lutas e conquistas, e o Dia Internacional da Mulher simboliza uma das mais relevantes: a busca incessante pela igualdade. Oficializada pela ONU na década de 1970, essa data não é apenas uma celebração, mas um marco da resistência feminina contra um mundo que, por séculos, tentou silenciar sua voz. Se, no princípio, a reivindicação se resumia à igualdade salarial, com o tempo, essa luta se ampliou para abarcar a desconstrução do machismo estrutural e o combate à violência em todas as suas formas.
Nas artes, na ciência, na política e em tantas outras esferas, as mulheres avançaram não por concessão, mas por sua capacidade de organização e de exigir o que sempre lhes pertenceu: dignidade e reconhecimento. Se antes sua presença era tolerada em alguns espaços, hoje ela é afirmada por mérito e convicção. Essa caminhada, contudo, não foi sem dores. Superando barreiras impostas por uma cultura patriarcal, as mulheres não se impõem como concorrentes dos homens, mas como agentes fundamentais de uma sociedade mais justa e plural.
A luta pela igualdade de gênero não é uma demanda setorial nem um favor que se concede. Trata-se de um princípio ético, essencial a qualquer sociedade que se pretenda civilizada. Respeitar a mulher não deve ser visto como um ato de benevolência, mas como a expressão mínima de um mundo que reconhece a humanidade em sua totalidade. Mais do que respeito, é preciso garantir acesso, oportunidades e voz, permitindo que a presença feminina se expanda sem barreiras artificiais ou preconceitos velados.
Esse movimento, que não se inicia nem se encerra em um único dia, é um chamado à consciência coletiva. Comemorar o Dia Internacional da Mulher é reconhecer não apenas as conquistas já alcançadas, mas também os desafios que persistem. É reafirmar que não há liberdade plena enquanto metade da população ainda enfrenta desigualdades cotidianas que limitam seu potencial.
Viva o Dia Internacional da Mulher! Que essa data seja não apenas um momento de celebração, mas de renovação do compromisso por um futuro onde a equidade seja mais do que uma promessa - seja a base sobre a qual se ergue uma sociedade verdadeiramente humana e justa.
João Antonio da Silva Filho é mestre em Filosofia do Direito e doutor em Direito Público, com experiência em gestão pública e controle externo. Atualmente, é conselheiro do Tribunal de Contas do Município de São Paulo e vice-presidente da ATRICON (Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil). Ao longo de sua trajetória, atuou como vereador na cidade de São Paulo, deputado estadual e secretário de Articulação Política na gestão do prefeito Fernando Haddad. Autor de diversas obras, sua publicação mais recente é Estado, Democracia e Controle Externo das Contratações Públicas.
https://joaoantonio837.wordpress.com/2025/03/08/mulheres-que-resistem-e-transformam-celebrando-o-dia-internacional-das-mulheres/