Gleisi Hoffmann é presidente do PT - Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo |
Com reforma ministerial no horizonte, Lula avalia nomear Gleisi em pasta no Palácio do Planalto

Com reforma ministerial no horizonte, Lula avalia nomear Gleisi em pasta no Palácio do Planalto

Ida da presidente do PT ao governo também é considerada uma forma de resolver a sucessão da legenda


Por Jeniffer Gularte e Sérgio Roxo - Brasília

Auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmam que o chefe do Executivo tem avaliado colocar Gleisi Hoffmann na Secretaria-Geral da Presidência, pasta atualmente ocupada por Márcio Macêdo. A ida da presidente do PT ao governo também é considerada uma forma de resolver a sucessão da legenda.

Para aliados da candidatura de Edinho Silva à presidência da sigla, é fundamental que Lula encaminhe o futuro de Gleisi como parte do processo de eleição do novo comandante do PT. Auxiliares do presidente apontam que a ida de Gleisi para o governo desestimularia o surgimento de uma outra candidatura que pudesse ampliar o racha da legenda.

Lula leva em consideração, segundo interlocutores, que Gleisi tem boa relação com movimentos sociais e já demonstrou capacidade de mobilização com a esquerda e na defesa do governo. A pasta comandada por Macêdo é responsável pela interlocução com a sociedade civil.

Interlocutores do presidente entendem que Gleisi pode ser convidada a entrar no governo antes do fim do processo eleitoral da legenda, que termina em junho. Lula no entanto, tem demorado a executar trocas. Citam, por exemplo, que a saída de Paulo Pimenta da Secretaria de Comunicação Social (Secom) estava definida por Lula desde setembro e só foi sacramentada no final de dezembro.

Neste caso, a aposta é que a mudança ocorra mais rápido e aconteça nas próximas semanas, após eleição das composições das Mesas da Câmara e do Senado, no sábado. A aliados, a presidente do PT negou que tenha sido convidada por Lula. Procurada por meio de sua assessoria, Gleisi não respondeu.

A possível chegada de Gleisi alteraria a correlação de forças no Palácio do Planalto. O núcleo mais próximo de Lula tem se reposicionado desde a saída de Paulo Pimenta e a chegada de Sidônio Palmeira à Secretaria de Comunicação Social (Secom), com fortalecimento do ministro da Casa Civil, Rui Costa, junto a Lula. Já Alexandre Padilha, de Relações Institucionais, e Márcio Macêdo, têm atuação em áreas distintas e não são próximos.

Petistas avaliam que Macêdo tem uma atuação apagada em uma pasta que sempre teve protagonismo em governo petistas, com capacidade de articulação e de formular políticas. Nos primeiros dois mandatos de Lula, a cadeira foi ocupada por Luiz Dulci, aliado histórico e um dos fundadores do PT.

Apesar do desgaste, aliados de Macêdo apontam que Lula gostou do desempenho do ministro na elaboração do G-20 social, em novembro do ano passado. O ministro também deve organizar a participação da sociedade civil na COP 30 que ocorre em novembro.

Macêdo tem agendas marcadas com o presidente da COP30, André Côrrea de Lago, e viagem marcada para Recife onde fará entrega de políticas de juventude na Bienal Cultural da União Nacional dos Estudantes (UNE) e irá se encontrar com o prefeito João Campos. A pasta também tem discutido o planejamento estratégico do ministério para 2025.

Macêdo é um nome de confiança de Lula e afirma a interlocutores que está no ministério cumprindo uma missão para o presidente. O ministro é considerado um quadro relevante da burocracia partidária, que ganhou a confiança de Lula quando organizou as caravanas pelo país antes de o presidente ser preso em abril de 2018. Foi tesoureiro do PT e comandou as finanças da campanha de 2022, que foram aprovadas por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Procurado via assessoria, ele não se manifestou.

O Globo
https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2025/01/28/com-reforma-ministerial-no-horizonte-lula-avalia-nomear-gleisi-em-pasta-no-palacio-do-planalto.ghtml